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15 anos de CASSAC e uma obra por fazer

13 Dezembro 2019
Catarina Correia Martins

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Catarina Correia Martins

13 Dez, 2019

Precisamente no dia em que o Centro de Apoio Social Serra D’Aire e Candeeiros (CASSAC) comemorava 15 anos de existência – 7 de novembro –, a instituição foi tema de discussão na reunião de Câmara descentralizada, que decorreu no Salão Pastoral da Mendiga. O presidente do Município, Jorge Vala, começou por parabenizar a associação, afirmando que é «um projeto de muito valor, sob o ponto de vista da coesão» e lembrou que «na altura [em 2004], os senhores presidentes de Junta decidiram avançar para um processo de unificação das freguesias em torno deste projeto que começou por ser apenas de apoio domiciliário, mas que tem acordo protocolado com a Segurança Social e presta um apoio importante não só aos idosos mas também à comunidade através do fornecimento de refeições escolares nestas três freguesias [Serro Ventoso, São Bento e União de Freguesias de Arrimal e Mendiga]».

O autarca lamentou, no entanto, que as obras da nova sede não tenham ainda arrancado: «É pena que esta instituição, sob o ponto de vista daquilo que a pode dimensionar para o futuro, e apenas sob o ponto de vista das obras, esteja parada». Jorge Vala acrescentou que, «pelo menos de há dois anos para cá», o Município «tem vindo a inscrever no orçamento» uma verba de 100 mil euros para a obra, medida que foi já aprovada também para o orçamento de 2020, «para apoio à concretização de um projeto que já está aprovado», com a «dispensa de pagamento de todas e quaisquer taxas e licenças». «Até agora, as obras não avançaram, haverá, com certeza, explicações para isso, no entanto a precariedade com que esta instituição está a funcionar, direi até a urgência na necessidade de ter outras valências e poder, eventualmente, oferecer outros serviços à comunidade, deixam-me a mim e ao executivo alguma preocupação», salientou o presidente.

Apesar de garantir que «o Município continua disponível para poder ser parte integrante da resolução deste problema» e, depois, ajudar na «parte financeira, na parte burocrática e de compromissos», Jorge Vala diz: «Não nos peçam para fazer as obras, porque isso não conseguimos». O presidente anunciou ainda uma «alteração ao orçamento»: «Estamos em novembro e os 100 mil euros destinados ao CASSAC vão sair para outras rubricas». O autarca explicou que o valor «não vai ser gasto, o concurso não está aberto, não há vislumbre de se poder gastar» e por isso 77 mil euros serão distribuídos por outras rubricas, «porque não há necessidade de se chegar ao final do ano e ter de se fazer como no ano passado, que é desorçamentar, para passar a saldo de gerência do ano seguinte». Jorge Vala lembrou que dos 200 mil euros orçamentados para a obra de construção da sede, apenas «20 ou 30 mil foram entregues, por força da terraplanagem que lá foi feita».

Oposição em concordância

Também a vereadora Sofia Caetano (AJSIM), «uma das sócias fundadoras do CASSAC» e que integrou as primeiras direções, tomou parte na discussão para dizer que sente que «não houve muito desenvolvimento» daquilo que foi feito logo no início e que «o CASSAC não tem evoluído à semelhança de outras instituições». «Houve uma altura em que se dizia que era por questões políticas, mas o que noto nesta direção – e faço mea culpa porque sou sócia e não tenho ido às assembleias – é que não há o “vestir da camisola” que é necessário para um projeto destes andar», afirmou.
A vereadora, natural da Mendiga, acrescentou que «tem que haver alguém que agarre aquilo para andar para a frente» e afirmou que alguns dos serviços que podiam ser prestados pelo CASSAC estão já a ser «absorvidos» por instituições de terras limítrofes, até de fora do concelho como é o caso de Pé da Pedreira. Sofia Caetano terminou dizendo que «é claro que toda a gente da serra gostava de ver o edifício construído» e que as novas valências do CASSAC poderão «dar emprego a muita gente» da zona serrana do concelho.

O vereador do PS, Rui Marto, deu também os parabéns ao CASSAC e referiu que a instituição «sempre teve apoio político, pelo menos nos quatro anos anteriores a este mandato», no executivo de que ele próprio fez parte. Rui Marto deixou ainda a esperança de que, na próxima reunião descentralizada na União de Freguesias de Arrimal e Mendiga, «haja novidades em relação a este assunto».

O Portomosense entrou em contacto com o presidente do CASSAC, Saúl Saraiva, para obter uma reação às críticas de Jorge Vala e de Sofia Caetano, mas o dirigente associativo não quis prestar declarações sobre o assunto.

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