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Grupos de concertinas encheram tarde na Cabeça Veada

10 Dezembro 2019
Catarina Correia Martins

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Catarina Correia Martins

10 Dez, 2019

Foto: Catarina Correia Martins

No passado domingo, dia 17, a Escola de Concertinas da Cabeça Veada organizou o II Encontro de Tocadores de Concertina. A Sociedade Recreativa local foi o palco para as 13 atuações que ocuparam a tarde, iniciada com o espetáculo do grupo anfitrião. Depois de si, “desfilaram” grupos do concelho, dos concelhos vizinhos e até do concelho de Loures, no caso, o Grupo de Concertinas de Ponte de Lousa. Antes disso, um almoço convívio que reuniu cerca de centena e meia de pessoas, entre tocadores, familiares e apreciadores da concertina.

Ainda antes do almoço, já alguns tocadores se reuniam e iam tocando umas “modas”. Entre eles estavam Afonso Lopes, de 13 anos, e Beatriz Jorge, de 11, dois dos elementos mais jovens do grupo anfitrião. Depois de chamarem a nossa atenção por serem quem tomava a iniciativa de começar a tocar, falaram com O Portomosense. Afonso, que vive atualmente em Alcobaça, juntou-se ao grupo há cerca de três anos, «quando morava perto». «Estava numa festa em que havia concertinas e o meu avô é que me puxou para aqui», lembra, acrescentando que nem o facto de ter ido morar para mais longe o afastou da Cabeça Veada. Já Beatriz diz ter-se «inspirado» nuns amigos do pai que já tocavam o instrumento tradicional. Na escola não têm amigos que toquem concertina e, de acordo com a jovem, «ninguém sabe o que é». Afonso diz que os colegas «acham estranho» que ele toque concertina «porque é um instrumento que não é muito vulgar, dizem que é mais antiquado, fora de moda». No entanto, isso não os demove do gosto que têm, até porque em encontros de grupos, é frequente haver «mais crianças». Na Escola de Concertinas da Cabeça Veada tocam com gente mais velha e dizem gostar: «Gostamos de tocar com os mais velhos porque inspiramo-nos neles, eles já sabem mais algumas músicas que nós não sabemos», afirma Beatriz, ao que Afonso acrescenta que «mesmo se eles não souberem, por serem mais velhos», os dois jovens conseguem «empurrá-los para aprender».

Motivação é principal objetivo

O responsável pela escola, Eurico Simão, visivelmente entusiasmado no decorrer de todo o evento, explica que a ideia de organizar um encontro foi motivada «por ver os parceiros – como as Concertinas da Barrenta ou o Grupo de Concertinas Aldeias de Alcobaça, da Ataíja de Cima – organizarem os seus encontros», em que a Escola de Concertinas da Cabeça Veada participa. Além disso, Eurico Simão considera que os tocadores «precisam de motivação»: «E motivação é o que se passa hoje aqui, trazer muitas pessoas, encontros com muitas pessoas, isso é que nos traz motivação», afirma. «Tocar no dia-a-dia é mostrar o nosso gosto, aquilo que sabemos, mas a grande motivação é o movimento que estas coisas [os encontros] fazem, é isso que traz a motivação para as pessoas participarem e continuarem, pouca coisa não contenta ninguém», reitera.

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