Catequistas, jovens, pessoas envolvidas na organização a nível paroquial e vicarial, comunidade em geral, no fundo, para todos. Assim foi a sessão promovida pelo Comité Organizador Diocesano (COD) de Leiria-Fátima para tirar todas as dúvidas em relação à dinâmica da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023 em Lisboa e também da semana que a antecede, os chamados Dias nas Dioceses. Antes de avançar com questões práticas e de logística, a representante do COD, Cristiana Lopes, quis deixar bem claro o «horizonte» que se pretende alcançar numa JMJ. «Proporcionar uma experiência com Cristo vivo, não só aos jovens de Leiria-Fátima, mas aos jovens estrangeiros que vamos acolher na nossa Diocese e a todos os outros jovens que estarão em Lisboa», salientou.
Cristiana Lopes lembrou ainda as palavras do Papa sobre a importância de dizer não «às paredes e sim aos horizontes», inspirado em Virgem Maria. A mesma mensagem foi deixada pelo bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas: «Não deixemos que os nossos jovens fiquem do lado de cá da montanha, mas sim que subam a montanha e que em cima possam olhar o horizonte». A Diocese já tinha, à data desta sessão (18 de fevereiro), 460 inscritos mas o objetivo é levar 1 500 jovens: «Não é só uma questão de número, mas para proporcionar aos nossos jovens a experiência de encontrar Cristo vivo», reforça a representante do COD.
Como posso participar na JMJ?
Desde outubro do ano passado que as inscrições para fazer parte da JMJ estão abertas e já 400 mil jovens de todo o mundo estão inscritos. Quem se quiser inscrever pode fazê-lo no link jmj.leiria-fatima.pt. «A inscrição é feita em grupo, se houver uma pessoa individual que se queira inscrever, não negamos essa inscrição, mas é importante que seja feita em grupo para manter alguma coesão paroquial e ser mais fácil a gestão», sublinha Cristiana Lopes. É escolhido um responsável do grupo que regista uma conta em nome próprio e que depois de validar a sua conta através de um link enviado para o seu e-mail, se inscreve a si e a cada peregrino individualmente, que depois «recebe um e-mail para registar os seus próprios dados».
É possível participar «como jovem peregrino a partir dos 14 e até aos 30 anos; como acompanhante adulto a partir dos 30 anos e sem limite de idade e como voluntário dos 18 aos 35 anos (as inscrições para voluntário estão apenas abertas no site da JMJ, ao contrário das restantes que podem ser feitas a nível diocesano)». Na inscrição é necessário escolher também a modalidade de participação, entre quatro: «A1 – a semana toda, inclui alojamento, alimentação, transporte dentro da cidade de Lisboa e até à paróquia que nos vai acolher, o seguro, o kit peregrino da JMJ, o kit diocesano e deslocação para e de Lisboa; A2 – também para a semana toda, mas não inclui alojamento para quem tiver um familiar ou amigo em Lisboa e queira ficar lá; B1 – contempla tudo (alojamento, seguro, kits, etc…) mas é para quem quer ir apenas no fim de semana; C2 – contempla tudo o que foi mencionado no anterior mas destina-se a quem quer ir apenas à vigília e à missa (dias 5 e 6 de agosto)». Apenas os pacotes A1 e B2 incluem o transporte de e para Lisboa. Até dia 6 de março todas as modalidades vão estar com 5% de desconto, revelou a responsável que explicou que dentro do «mesmo grupo não pode haver várias modalidades de participação».
Cristiana Lopes fez ainda uma breve descrição do programa. No dia 1 de agosto, os jovens da Diocese Leiria-Fátima partem para uma das dioceses que vão acolher os peregrinos da JMJ (Santarém, Setúbal e Lisboa). Ao final da tarde acontece a «missa de abertura da JMJ» que ainda não será com o Papa. Quarta, quinta, sexta e sábado de manhã «acontecem os momentos Rise Up» dedicados à catequese. «Pela primeira vez na JMJ vai ser diferente, não serão os bispos a fazer uma exposição para os jovens, serão os bispos a ouvir o que os jovens têm para dizer. Vão ser criados grupos de trabalho em que os jovens podem debater temas que estão na “berra” da Igreja e da sociedade». Durante a tarde de quarta, quinta e sexta realiza-se o Festival da Juventude, «Lisboa vai estar aberta com exposições, concertos, museus, Igrejas, tudo o que se possa imaginar» gratuitamente. O Papa estará presente na cerimónia de quinta-feira (3 de agosto), na Via Sacra no dia 4 e no sábado e domingo na Vigília e a Missa de envio.
“Dias nas Dioceses”
O Portomosense já explicou de que forma as famílias podem acolher os jovens na semana que antecede a JMJ, nos chamados Dias nas Dioceses, mas volta aqui a lembrar algumas informações básicas, recordadas pela representante do COD. De 26 a 31 de julho, as várias paróquias do país (à exceção das paróquias das Dioceses de Santarém, Lisboa e Setúbal que se estão a organizar para acolher os jovens da JMJ), recebem os peregrinos estrangeiros que mostrem interesse em vir para estes locais. Para a organização desta logística trabalha, além do COD, a COV (Comissão Organizadora Vicarial) e, em cada paróquia ou conjuntos de paróquias, a EAL (Equipa de Acolhimento Local). A Diocese de Leiria-Fátima, porque «Fátima tem um peso enorme», tem recebido muitos pedidos de acolhimento. «Temos 158 grupos a pedirem para vir, cerca de 16 mil peregrinos de 61 nacionalidades dos cinco continentes. O nosso objetivo é acolher 10 mil jovens, neste momento já temos 9 mil e 355 lugares garantidos nas nossas paróquias, onde se inclui Porto de Mós». Já existem 873 famílias de acolhimento que vão receber 2 488 jovens.
Quem se quiser inscrever pode fazê-lo diretamente com o pároco ou EAL da sua paróquia ou no site jmj.leiria-fatima.pt. Apenas precisa de acolher «pelo menos dois jovens», ter «condições de dormida, nem que seja dois metros quadrados no chão porque todos trazem saco-cama e fornecer o pequeno-almoço». Tudo o resto que possa ser pedido não é obrigatório e dependerá da disponibilidade de cada família, nomeadamente «alguma refeição extra ou transporte dos jovens de e para a paróquia».
Foto | Isidro Bento
