Associação de Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros – ADSAICA – «é uma associação de direito privado, criada em 1990 e tem por objeto contribuir para o desenvolvimento social, económico, cultural, turístico e ambiental da região correspondente aos concelhos que fazem parte do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), bem como, ainda, do Maciço Calcário Estremenho». Esta é a forma como se descreve a associação que congrega os sete concelhos que fazem parte do PNSAC: Porto de Mós, Alcobaça, Alcanena, Rio Maior, Ourém, Santarém e Torres Novas. Mas qual é a sua importância e que poderes tem efetivamente na cogestão do Parque? «A ADSAICA é o único ponto comum entre os sete concelhos do território do PNSAC e por aqui se percebe a importância que tem uma associação de desenvolvimento desta natureza», respondeu o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala. A juntar a isto, «tem incluídas associações de desenvolvimento locais por forma a corporizar aquilo que é a verdadeira essência do território e tem como associados o Instituto Politécnico de Tomar e o Instituto Politécnico de Santarém».
A ADSAICA «faz a gestão do Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios», estando assim responsável pela conservação do mesmo. Neste momento já deu também «parecer favorável à classificação do monumento da Praia Jurássica, um passo determinante para começar o processo de conservação» deste espaço. «Necessitamos agora da classificação que é feita pelo Governo», revelou Jorge Vala. «Depois, há um conjunto de iniciativas que a ADSAICA faz, onde se inclui uma candidatura do Parque ao programa Global Geoparks [da UNESCO], que é essencial que seja feita por uma entidade que une os municípios, porque esta candidatura não pode ser feita por um só município, nem pelo Instituto de Conversação da Natureza e das Florestas (ICNF), não está dentro da sua filosofia», salienta o presidente da Câmara. «A ADSAICA é o veículo para podermos criar um conjunto de iniciativas que são comuns aos sete municípios, para todo o território», volta a reforçar o autarca.
Jorge Vala garante que este pensamento de união já foi transmitido ao PNSAC. «Com o Plano Estratégico do Parque estamos a criar uma marca, a marca Aire e Candeeiros, para promover o território “fora de portas”, mas também no nosso país», sublinhou Jorge Vala. «Esta marca será o lançamento de um conjunto de iniciativas promovidas pela ADSAICA que envolvem todo o território. Volto a dizer, para nós o importante não é fazer qualquer coisa no concelho de Porto de Mós, é fazer sim em todo o território do Parque Natural», insiste.
Modelo de cogestão
«Está a avançar, já foi publicado o processo de cogestão, esta é a primeira fase, em que estamos a contratar recursos humanos», adiantou Jorge Vala. «O modelo de cogestão não é um modelo perfeito, é um modelo que tem que evoluir e crescer com a experiência, mas tem obrigatoriamente incluído o pensamento dos municípios para o território», frisa o autarca. Os presidentes de Câmara (e também os vereadores) dos sete municípios da ADSAICA – presidida pelo vereador do Ambiente de Porto de Mós, Eduardo Amaral, – «têm reuniões frequentes para definir estratégias em conjunto para todo o território, dentro daquilo que é o espírito da ADSAICA, é um pensamento que tem sido sempre partilhado pelo ICNF, não há separação de pensamentos», afirma Jorge Vala. «Nós compatibilizamos aquilo que pensamos para o território com a tutela, por isso, penso que estamos numa fase pacífica, de alinhamento de estratégias, de disponibilidade para sermos parte nos investimentos a fazer, na promoção do território de forma concertada, mas também de forma ordenada», reforça o presidente de Câmara. Este não é «um território para turismo de massas, é para um turismo de nicho» e é nesse sentido que os sete municípios estão a trabalhar. «Desde os trilhos, aos percursos pedestres, estamos a tentar avançar com eventos comuns a todo o território do Parque Natural, estamos a limar arestas para que os circuitos dentro deste território sejam transversais a todas mas que sejam também de alguma forma de valorização de todo este território», conclui.
Com Isidro Bento
Foto | Jéssica Moás de Sá