Manuel Balela, UR Mirense
Esta é a quarta vez que Manuel Balela assume o comando técnico da União Recreativa Mirense, já o tinha feito há vários anos, depois saiu, mas voltou a ser treinador principal na época 2019-20 e a partir daí tem estado no clube como diretor desportivo. Agora, voltou a receber o convite para liderar a equipa: «Já tinha sido convidado antes, mas não achei que era o momento, mas, agora, quando ficámos sem treinador, fomos apanhados de surpresa, só tinha que dizer que sim», afirma.
Para a próxima época, o técnico prevê que seja necessária alguma adaptação. «Tínhamos uma estrutura de plantel de alguns anos, este ano houve muita gente que saiu. Vai ser um desafio muito grande para a equipa técnica», frisa. O treinador ainda não conhece muitos dos elementos que vão compor o plantel deste ano. «Não sei a qualidade dos jogadores que vêm, o seu histórico, como poderão ser úteis», explica. Ainda assim, salienta, «não é isso que tira o foco e a vontade de assumir» este papel. Manuel Balela acredita que «sangue novo» pode ser muito positivo. «Vem gente pela primeira vez para o clube, com entusiasmo, com uma motivação diferente, sem vícios, com vontade de aparecer, pode ser algo a nosso favor e uma surpresa», acredita. O técnico salientou ainda que todos os plantéis «têm ciclos» e considera que foi isso que aconteceu no Mirense de forma natural: «Houve um ciclo que terminou este ano com alguns jogadores», refere.
Os grandes objetivos para esta próxima época é ter «uma equipa competitiva que consiga fazer aquilo que tem feito nos últimos anos na Divisão de Honra, criar condições, estabilidade e resultados que permitam continuar nesta Divisão», salienta o treinador. Manuel Balela admite que «se o contexto fosse outro», estes objetivos também poderiam ser diferentes. «Se fosse no ano passado, com o plantel que tínhamos, as nossas aspirações podiam ser um bocadinho além da manutenção, neste momento é mais imprevisível», frisa.
O Mirense fez o seu primeiro treino no passado dia 25 de agosto, precisamente um mês antes do início da Divisão de Honra. Manuel Balela, natural de Fátima, mas há 32 anos a viver em Mira de Aire, antevê um campeonato «muito competitivo». «Já disse várias vezes e volto a dizer, a Divisão de Honra do distrito de Leiria é das mais competitivas do país, não tenho dúvidas disso, com equipas e jogadores com muita qualidade e bons campos», sublinha. «É um campeonato muito apetecível e interessante», conclui.
*Esta entrevista foi realizada antes de ser conhecido o desaparecimento do presidente do clube, António Lima. Por isso, estas declarações devem ser vistas num contexto anterior.
Luís Neto, AD Portomosense
A AD Portomosense (ADP) terá uma estreia na liderança técnica na próxima época. Luís Neto, técnico de 29 anos, natural das Pedreiras, será o treinador principal da equipa de Porto de Mós. «O convite foi fácil de encarar, é um clube histórico da minha terra, do meu concelho, tem um plantel recheado de bons jogadores, o projeto é aliciante e foi fácil aceitar este desafio», começou por referir o treinador. A época passada foi uma das mais bem conseguidas da história do clube, com a conquista de duas taças: a Taça do Distrito e a Supertaça Distrital. Do plantel que conquistou estes dois títulos, «muitos se mantêm», esse era um dos objetivos do clube. O técnico afirma que «um plantel nunca está fechado para bons jogadores», no entanto, confirma que «está 95%» pronto: «Temos um leque de 21 ou 22 jogadores, podem entrar mais um ou dois, mas têm de ser jogadores para fazer a diferença, mais do que isso não vai entrar de certeza».
Luís Neto já conhecia alguns jogadores e já orientou os primeiros treinos da época. «Os primeiros treinos foram muito agradáveis, os jogadores estão muito focados, o plantel tem bastante qualidade e é muito mais fácil trabalhar com jogadores com qualidade, estão a reagir muito bem e eu estou a gostar bastante», revela. Em termos de espírito de grupo, o técnico pretende construir «um balneário unido e encarar as competições jogo a jogo, semana após semana». Quanto ao que gostaria de mudar, tem também uma resposta bem definida: «Gostava de criar uma proximidade entre a população e a ADP, de voltar a ter pessoas do concelho a apoiar a ADP, a encher o campo», frisa. Luís Neto acredita que nos últimos anos, os adeptos portomosenses afastaram-se da equipa. «Os jogadores eram poucos do concelho, havia muitos de fora do país a jogar cá, os treinadores também não eram de cá e na próxima época vamos ter muitas pessoas do concelho inseridas nos seniores, tanto jogadores como na equipa técnica», garante. «Nós também precisamos de dinâmica no concelho, o futebol é o desporto-rei e pode unir as pessoas, o que quero é levar as pessoas aos nossos jogos ao fim de semana», reforça.
Quanto aos objetivos desportivos, o treinador volta a frisar que quer encarar «jogo a jogo», embora admita que as taças voltam a fazer parte do plano. «Não estamos focados em ser campeões, se formos é sempre bom, mas queremos ganhar semana após semana e claramente defender outra vez a Taça Distrital conquistada por nós no ano passado», sublinha. A ADP é a primeira equipa do concelho a entrar em ação, na primeira eliminatória da Taça de Portugal marcada para o dia 11 de setembro. A equipa de Porto de Mós tem encontro marcado com o Pêro Pinheiro, jogo da série F da competição.
Filipe Faria, CCR Alqueidão da Serra
O Alqueidão da Serra é a única equipa do concelho, a jogar na Divisão de Honra de Leiria, que mantém o treinador da época passada: Filipe Faria. O técnico encara esta continuidade de uma forma muito positiva: «Estou feliz, é um clube com uns adeptos espetaculares, com uma direção muito presente que está sempre disponível para ajudar, quer a equipa técnica quer os jogadores, que proporciona condições, para o nível que estamos inseridos, muito boas e portanto, claro que estamos contentes», salienta. A ideia daqui para a frente é dar «continuidade ao trabalho que esta equipa técnica iniciou há cinco anos no sentido de solidificar o clube na Divisão de Honra». O objetivo desde o início «era lutar pelos lugares cimeiros mas a pandemia complicou tudo». No entanto, na época passada, foi possível alcançar esse feito. «Voltámos à nossa ideia inicial, conseguimos o quarto lugar e portanto conseguimos o objetivo de solidificar o clube nesta divisão», refere Filipe Faria.
O técnico considera que tem um «grupo de atletas com muita qualidade, como jogadores e também como homens, comprometidos, que procuram sempre melhorar diariamente». Este ano a ideia era manter esta dinâmica e por isso, uma «grande parte» dos jogadores mantiveram-se no plantel. «Os plantéis nunca estão fechados, há sempre alguém que pode sair ou entrar, mas como disse, era nosso intuito manter a maior parte dos jogadores e mantivemos 14, depois fizemos ajustes pontuais onde tínhamos tido dificuldades no ano anterior, nomeadamente a nível de guarda-redes, médio-centro e mais três ou quatro jovens que vimos que têm potencial e que nos vão ajudar», revela. A equipa já começou a treinar na semana passada e esta semana inicia jogos de treino, à quarta-feira e sábado, «para ganhar forma para o campeonato».
«Jogo a jogo» é também a filosofia do treinador que ficará satisfeito se o Alqueidão da Serra enfrentar esta época como terminou a anterior, «com bons jogos»: «Depois no fim da época fazem-se as contas», frisa. «Não vale a pena pensar muito à frente, temos que viver o dia-a-dia, melhorar a cada treino para que cada jogo seja uma oportunidade de podermos conquistar os três pontos», acrescenta ainda. Filipe Faria antevê um campeonato «difícil com muitas equipas com qualidade». «O Alqueidão da Serra também tem qualidade, mas sabemos que o futebol são momentos, pequenas vitórias dentro de campo que depois nos trazem o resultado final, no jogo e na classificação final», sublinha. Ainda assim, o técnico não deixa de admitir que a ambição do clube é «lutar pelos lugares cimeiros» da tabela.