Inauguramos nesta edição um espaço que, informalmente, já íamos fazendo, mas cuja existência considerámos fazer falta de uma forma mais assumida. Trazemos, a partir de hoje, e sempre que nos for possível, um espaço dedicado ao concelho vizinho da Batalha. Não garantimos que apareça impreterivelmente em todas as edições porque continuamos a ser o jornal de Porto de Mós e a dar primazia às notícias da nossa terra.
A Batalha não é, para nós, apenas o concelho limítrofe, é também, para muitos portomosenses, uma extensão do seu próprio concelho. Muitas das nossas crianças e jovens estudam, em alguma fase da sua vida, na Batalha, por força dos empregos dos pais ou por algum outro tipo de conveniência. Muita gente, sobretudo das freguesias mais próximas da fronteira, vai tratar dos seus assuntos em serviços públicos, na Batalha, e desloca-se tão facilmente ao centro dessa vila, como ao de Porto de Mós. As pessoas que trabalham noutros concelhos, mais a norte, no regresso a suas casas, acabam por fazer muitas das suas compras em hipermercados e lojas na Batalha. É um facto a que não podemos fugir, quer gostemos mais ou menos dele.
Por isso, a nossa intenção com este espaço não é informar os batalhenses sobre tudo o que acontece na sua terra, até porque não temos capacidade, em termos de tempo, espaço e recursos humanos, para o fazer, mas sim destacar o que de mais importante se vai passando. Esta será, obviamente, informação que interessa aos batalhenses, mas também a todos os portomosenses cuja vida pende para o concelho do lado.
Tristemente, na primeira vez em que o fazemos desta forma, trazemos a notícia de um “filho da terra” que foi detido por suspeitas de um ataque terrorista contra os colegas da faculdade, na Universidade de Lisboa. Os contornos deste caso estão ainda por definir e muita tinta irá ainda correr acerca do assunto, pelo que não pretendo alongar-me sobre isso. Falo deste tema pela angústia que nos provoca este tipo de notícias. Quando falamos de atentados, parece-nos sempre uma coisa distante, nas Américas ou em grandes cidades europeias, mas depois surge esta notícia que coloca o perigo “aqui ao lado”, com um ataque supostamente planeado para Lisboa, por um jovem da Batalha.
Sem qualquer juízo de valor para com o jovem, os seus pais, amigos, colegas e professores, porque não conhecemos a história de cada um e não sabemos (e ainda bem!) se, de facto, o plano que estava escrito num papel ia acontecer, se primeiramente o FBI e depois a PJ conseguiram evitar uma morte que seja, o seu trabalho já valeu a pena. “O seu a seu dono” e, desta vez, o mérito vai para as autoridades que impediram que a notícia fosse um mal ainda maior e mais assustador.