A Associação Desportiva Portomosense (ADP) visitou e venceu este domingo, por 0-2, o Alqueidão da Serra, num encontro a contar para a 22.ª jornada da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Leiria que começou com um minuto de silêncio.
A contenda antevia-se difícil para ambas as partes e o resultado pode até ser algo enganador para quem não esteve nas bancadas, já que a ADP tentou sempre mandar no jogo mas a turma do Alqueidão também mostrou valor, impondo-se a espaços com momentos de bom futebol e empurrando a maior parte dos duelos individuais para a zona do meio campo.
Contudo, o conjunto de amarelo e preto chegou mesmo à vantagem aos 24 minutos por intermédio de Alexis, que aproveitou da melhor forma um cruzamento vindo da esquerda e, de cabeça, bateu o guarda-redes adversário. Já o golo que sentenciou a partida chegou aos 79’, pelo camisola 97 portomosense, Chico.
No final deste dérbi concelhio, o técnico da ADP, Pedro Cordeiro, viu justiça no resultado: «Dominámos a primeira parte praticamente toda. Nos primeiros 45 minutos o Alqueidão chegou à nossa área três ou quatro vezes mas sem grande perigo. Depois, marcámos o golo através de uma jogada bem elaborada e o que pedi ao intervalo foi que mantivéssemos a mesma postura».
Quanto ao segundo tempo, o jovem treinador deu créditos ao adversário pela forma como «foi criando perigo, sobretudo com uma bola à trave e um cabeceamento muito perigoso».
Também em jeito de rescaldo, o treinador alqueidoense Carlos Ribeiro lamentou a falta de eficácia dos seus atletas mas considerou que, «por tudo o que se passou no relvado, o empate teria sido o resultado mais justo». Na sua opinião, o Alqueidão criou oportunidades suficientes mas pecou na finalização, acentuando uma má fase que parece não ter fim à vista.
«Tem havido dificuldades com lesões, treinamos constantemente com 13-14 jogadores. Não é desculpa, é a realidade, disse Ribeiro, manifestando-se orgulhoso pela imagem de qualidade que o seu plantel mostrou ter.
E além de todas estas dificuldades, o emblema que veste de azul e branco também perdeu, recentemente, a sua maior referência ofensiva: «Nós estávamos a preparar o jogo a contar com o Zé Calanga e ele acabou por ir para França ontem. Soubemos a notícia quinta-feira e ficámos aqui sem grande tempo para arranjar outra solução. O Jovhany também vinha de uma lesão, não podia fazer mais que meia hora. E tivemos também quem só treinasse um dia por motivos profissionais… Foi uma semana difícil», referiu.
Questionado sobre as possibilidades matemáticas de o clube do concelho de Porto de Mós ficar na Divisão de Honra, Carlos Ribeiro foi perentório: «Estamos numa situação difícil, quase impossível. Há jogadores a chorar no balneário… O Alqueidão não é equipa de 1.ª Divisão Distrital, longe disso. Com esta massa humana que tem, com a claque e com este ambiente, merece claramente estar nesta divisão. E se nós não conseguirmos manter-nos cá e a direção assim o entender, eu já disse aos meus jogadores que quem quiser ficar comigo, nós para o ano subimos outra vez de divisão».
Com este resultado, a ADP encontra-se na 10.ª posição da Divisão de Honra com 27 pontos, ao passo que o Alqueidão mantém o último lugar, com 7.
Fotos | Luís Vieira Cruz
