A União dos Agricultores do Distrito de Leiria (UADL) esteve reunida com vários presidentes de Câmara do distrito e o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, não foi exceção. Os agricultores quiseram expor alguns dos problemas que o setor enfrenta, alguns deles que não são novos para ninguém. O presidente da União, o portomosense António Ferraria, explicou ao nosso jornal que em causa está, entre outras coisas, «o aumento do preço dos combustíveis, o aumento dos fatores de produção (adubos, rações e pesticidas são alguns exemplos) e os baixos preços que são pagos pelos produtos aos agricultores». O responsável revela «dificuldades na comercialização dos produtos uma vez que as grandes superfícies importam quase todos os produtos, por vezes de qualidade duvidosa, e dificultam a comercialização dos de boa qualidade», frisa. Tudo isto, acredita, «leva ao empobrecimento da agricultura familiar e à desertificação do mundo rural».
Outro dos problemas que se arrasta há muito tempo é o dos javalis. «Estragam tudo aos agricultores, desde o milho, aveia, trigo, até os muros eles conseguem dar cabo», revela. «São precisas medidas urgentes por parte do Governo no apoio à agricultura familiar que produz 70% dos nossos produtos agrícolas e não continuar a atribuir 80% dos apoios da Política Agrícola Comum aos grandes produtores só porque são donos de grandes áreas agrícolas», salienta. Também as vespas asiáticas estão a revelar-se um problema, pondo em causa as colmeias da região.
Tudo isto foi exposto a Jorge Vala que, segundo António Ferraria, revelou que o Município já «tinha feito esforços junto do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) no sentido de se poder fazer batidas aos javalis de tempos a tempos na área do Parque». Entre a UADL e a Câmara ficou acordado que também esta entidade pela defesa dos agricultores irá pedir «uma audiência ao PNSAC para resolver este problema». Em relação às vespas asiáticas, o autarca disse que já estão a ser feitas «diligências no sentido de diminuir o seu número e que isso está no bom caminho». Jorge Vala garantiu ainda a António Ferraria que enviará «para os órgãos oficiais, nomeadamente o Ministério da Agricultura» as reclamações do setor.
António Ferraria acredita que é importante reunir com os presidentes de Câmara da região «no sentido de eles intercederem junto dos organismos oficiais». Dessa forma poderá ser mais fácil resolver «alguns dos problemas de que os agricultores sofrem».