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Agrupamento de Escolas de Porto de Mós indignado por perder curso de Técnico de Desporto

15 Julho 2022
Jéssica Moás de Sá

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Jéssica Moás de Sá

15 Jul, 2022

O Agrupamento de Escolas de Porto de Mós (AEPMOS) queria continuar a ter na sua oferta formativa do próximo ano letivo, o curso profissional de Técnico de Desporto, mas tal não vai acontecer. O mesmo curso estará disponível no Instituto Educativo do Juncal (IEJ). O diretor do AEPMOS, Rui Cláudio, explicou a O Portomosense o que levou a esta decisão. «As decisões em relação aos cursos profissionais que as escolas podem oferecer dependem da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP) e da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL)», esclareceu o diretor. Este é um curso que estava no agrupamento desde 2016, «que foi pioneiro» no concelho. Na altura, o AEPMOS e o IEJ queriam ambos um curso de Gestão Desportiva, mas analisando a oferta, o agrupamento optou, nesse ano, por abrir o curso de Técnico de Desporto, curso que o IEJ também tem tido nos últimos anos.

Rui Cláudio salienta que, desde então, o agrupamento tem tido «sempre este curso» e este ano a ideia era continuar «porque existiam alunos interessados»: «Propusemos o curso na rede e foi-nos recusado, porque o critério da ANQEP foi que o IEJ tinha tido mais alunos no curso do que o Agrupamento e as escolas do mesmo concelho não podiam ter o mesmo curso». «Ficámos bastante aborrecidos, por termos sido pioneiros na oferta desse curso no concelho», admite. A CIMRL «fez um pedido especial ao secretário de Estado da Educação para poder ficar com a alternativa, o curso de Técnico de Apoio à Gestão do Desporto», mas até ao momento não houve resposta e tendo em conta que as matrículas fecharam no dia 1 de julho, a AEPMOS não deverá ter este curso. «Foi-nos dito que iriam autorizar, mas às vezes há promessas que não se cumprem», frisa Rui Cláudio. A ANQEP e a CIMRL propuseram como alternativa aos cursos de desporto, o curso de Técnico de Comércio: «É um curso para o qual não temos candidatos interessados, ter esse curso ou nenhum é igual, perderemos uma turma», explica o diretor.

Assunto abordado na Assembleia Municipal

A questão foi levantada pelo deputado do Partido Socialista, Rui Neves, lembrando, à semelhança do diretor do AEPMOS, que o curso estava nesta escola desde 2016. «Ouvi que o histórico [neste caso de número de alunos inscritos] é que levava a esta mudança de critério na distribuição, pergunto se também o histórico em relação ao ensino articulado [que junta ao currículo normal um outro elemento, como a música], que foi instalado em Porto de Mós como mais uma oferta formativa, está a ser tido em conta? Porque é que o IEJ está a fazer frente e a ser uma alternativa à Escola Doutor Manuel de Oliveira Perpétua que tem ensino articulado desde 2011?», questionou. Rui Neves interpelou ainda: «Isto foi articulado entre os diferentes órgãos, a escola de Mira de Aire foi ouvida ou o órgão municipal reuniu para o efeito?».

O presidente da Câmara Municipal, Jorge Vala, explicou primeiro a situação relativa à mudança de cursos. Tal como Rui Cláudio adiantou, o presidente disse também que a rede de oferta educativa é neste momento definida pela CIMRL. «No ano passado tive uma reunião em conjunto com o presidente da Câmara de Leiria [presidente da CIMRL], onde fomos alertados de forma até veemente que o curso de Desporto em duas escolas do mesmo concelho não era possível, que dificilmente conseguiríamos fazer passar duas escolas», explicou. «Este curso começou em 2016 no AEPMOS, é bom que se diga que ainda há dois anos esteve em risco de não abrir por falta de alunos, o IEJ dispensou para o Agrupamento cinco alunos para poder fazer o curso porque tinha alunos a mais e o IEJ, historicamente, desde que tem o curso, abre sempre duas turmas, até houve um ano que pediu três e não lhe foi concedido», salienta.

Jorge Vala disse ainda que este ano reuniram de novo com a delegada regional que disse que tinha «pedidos da Marinha Grande e da Batalha para ter este curso e era impossível continuar a ter duas escolas do mesmo concelho com o curso e não dar turmas a outros concelhos». «Tivemos que fazer opções e, neste caso, a CIMRL achou que tendo a Escola Secundária de Porto de Mós menos alunos inscritos, muito menos do que o IEJ, que o curso deveria ir para o IEJ», sublinha. Neste momento o IEJ tem «50 alunos pré-inscritos, Porto de Mós tem 20 e tem um histórico de meia turma por ano e, portanto, alertámos a escola que devia mudar o curso mas na altura não o fez», disse também o autarca. Houve ainda uma reunião de concertação «onde tudo foi acertado»: «Onde dissemos à Marinha Grande que não podia ter desporto, onde definimos um conjunto de situações. O Agrupamento de Escolas de Porto de Mós não foi, na altura fiquei preocupado porque queríamos tentar encontrar soluções naquele momento» e o Agrupamento não estava presente, salientou Jorge Vala.

Quando à questão levantada pelo deputado municipal, Rui Neves, sobre o ensino articulado, Jorge Vala disse não poder falar. «Não tenho rigorosamente nada a ver com isso, o ensino articulado é ensino regular, não passa pela CIMRL, não passa pelo Município, portanto não consigo responder», concluiu.

Foto | Jéssica Silva

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