Desafiar os portomosenses a criar um vídeo de um a quatro minutos é o mote do evento Solos Criativos, dinamizado pela associação Ala D’Artistas. O tema geral do concurso é a Perseverança, precisamente para homenagear a perseverança que foi necessária no contexto atual de pandemia. Os candidatos podem escolher em que categoria querem participar, entre as quais: Música/Canto; Teatro; Literatura/Poesia; Artes Circenses ou Artes Plásticas, embora tenham a opção de acrescentar outra categoria que se enquadre no que querem apresentar.
O Portomosense, em conversa com Fábio Dias, membro da direção da associação, tentou perceber o que levou à criação deste projeto. Os Solos Criativos surgiram para «promover os artistas, quer profissionais ou amadores da zona, ou meramente quem tem interesse em participar na parte artística», sendo um concurso aberto a qualquer faixa etária. Além dos prémios, Fábio Dias adianta que este evento vai ajudar «a divulgar os participantes junto da autarquia» e ajudar a partilhar o seu trabalho com a população de Porto de Mós. Os primeiros três lugares vão receber um prémio monetário de 250, 125 e 50 euros, respetivamente.
A Ala D’Artistas é constituída por estudantes e profissionais da área de artes, e foi criada com o intuito de apoiar e incentivar os projetos da cultura da região, criando um «lugar de reflexão e debate e, ao mesmo tempo, instaurar uns movimentos artísticos», disse o diretor. A associação tem a sede na antiga escola dos Casais de Matos, na Calvaria de Cima, e conta também com uma delegação em Aljubarrota, já no concelho de Alcobaça. De momento, está também a abrir uma residência artística no Algarve, em Manta Rota. A associação presta ainda apoio a projetos artísticos, trabalhando com empresas e artistas, no apoio a produções, desde «direção artística, cenografia e produção musical». Além disso também trabalha na comunidade, procurando fazer projetos de apoio à população maioritariamente sénior na região.
Atualmente a Ala D’Artistas está a criar uma produção intitulada A Culpa é da Mãe, que aborda a «maternidade durante a época de COVID-19» e foi solicitada por uma dramaturga brasileira, para o festival internacional Close Festival. Além disso, tem outros projetos como workshops, palestras e dramaturgias. «Fomos tentando não estagnar, embora só tenhamos um ano de existência», lembrou Fábio Dias. O primeiro trabalho da associação foi O Abismo, que estreou no Cineteatro de Alcobaça. O responsável adiantou que é intenção da associação participar com este projeto no concurso da DGARTES, que se realiza este ano e vai versar sobre a saúde mental.
A Ala D’Artistas, criada em plena pandemia, teve de funcionar com limitações. Para a primeira produção já mencionada, «os ensaios decorreram sobretudo online» e atualmente, na produção que estão a fazer de momento, algumas limitações continuam a verificar-se. Todos os membros estão a ser «devidamente testados para conseguirem ter alguma produtividade, mas em segurança», dividindo sempre o elenco para que seja viável, embora Fábio Dias reconheça que tudo isto «faz perder algum tempo, porque o grupo não ensaia todo junto».
Jéssica Moás de Sá | revisão