Este mês assinalou-se o Dia Mundial da Alergia (8 de julho), uma iniciativa conjunta entre a Organização Mundial da Saúde e a World Allergy Organization. Para assinalar a data, O Portomosense levou a cabo uma pesquisa sobre a especialidade que se dedica ao tratamento das alergias, alguns sinais de alerta da problemática e cuidados que devem ter as pessoas alérgicas, bem como quem as rodeia.
Em Portugal, e de acordo com a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, estima-se que as alergias afetem cerca de um terço da população e as mais comuns são sobretudo as alimentares e as respiratórias – a pólenes, ácaros, fungos e pelos de animais. Nos adultos, as alergias a alimentos como o marisco, peixes e determinadas frutas são as mais frequentes e nas crianças, as alergias alimentares são essencialmente às proteínas do leite de vaca, mariscos e ovos. Coceira, inchaços nos lábios, vómitos, diarreia, pele irritada e rouquidão são os principais sintomas deste tipo de alergias. Por outro lado os espirros, a falta de ar, a tosse, a coceira nos olhos e as dores de cabeça manifestam-se sobretudo em pessoas com alergias respiratórias. As reações alérgicas podem também ser a medicamentos e, nesse caso, as náuseas ou vómitos e as dificuldades respiratórias são os sintomas mais frequentes. Existem ainda as designadas alergias sazonais, desencadeadas com a exposição a agentes – alérgenios como o pólen de flores ou árvores.
Em relação ao tratamento destas «respostas exageradas do organismo» são apresentadas no site da CUF algumas possibilidades de intervenção, através de medicamentos sintomáticos e preventivos, que atuam no alívio dos sintomas e no combate da alergia, e as vacinas anti-alérgicas são também uma das opções indicadas para tratar determinado tipo de alergias, revelando-se um tratamento com «grande eficácia». No entanto, todos os tratamentos têm de ser administrados corretamente e sob a vigilância estrita do médico da especialidade de Imunoalergologia.
A CUF explica ainda que «muitas das doenças alérgicas são genéticas, no entanto existem outros fatores de risco relacionados com o estilo de vida das sociedades ocidentais», tais como «o sedentarismo, a alteração da dieta, a obesidade, a poluição, a exposição a alergénios e o consumo excessivo de medicamentos, nomeadamente de antibióticos», que tem contribuindo para o «aumento da expressão quase explosiva que ocorreu nas doenças alérgicas nas últimas décadas».
Cuidados a ter por pessoas alérgicas
No interior:
• Manter um arejamento e ventilação adequadas;
• Evitar alcatifas e carpetes, substituindo-os por pavimentos de linóleo, mosaico ou madeira envernizada;
• Utilizar colchões recentes, com menos de um ano;
• Colocar coberturas anti ácaros nos colchões e almofadas;
• Utilizar lençóis de algodão e edredão sintético;
• Lavar a roupa da cama e as cobertas plásticas com água a temperaturas superiores a 50ºC;
• Remover do quarto peluches ou objetos que acumulem pó;
• Usar aspirador com filtro de alta eficiência (HEPA);
• Controlar a humidade relativa em valor inferior a 50%;
No exterior:
• Evitar ir para o campo durante os períodos de grande concentração de pólenes, em especial durante a manhã;
• Conhecer o boletim polínico da região (disponível no site da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica);
• Planear viagens de trabalho ou férias elegendo alturas do ano e locais livres dos pólenes para os quais é alérgico;
• Manter as janelas fechadas durante o dia em casa, optando por fazer ventilação ao entardecer;
• Usar óculos escuros;
• Viajar de carro com as janelas fechadas, sendo que os motociclistas devem usar capacete integral.
Fonte | CUF