Há 32 alunos do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós e quatro do Instituto Educativo do Juncal que continuam a deslocar-se até às escolas para ter aulas presenciais, porque a falta de rede de internet em algumas localidades impossibilita o ensino online. Esta informação foi confirmada pela vereadora da educação, Telma Cruz, à agência Lusa. A grande maioria dos alunos com estes problemas residem nas freguesias de Serro Ventoso e São Bento, já há muito diagnosticadas como duas das zonas mais problemáticas do concelho no que diz respeito à rede de internet. A vereadora disse ainda que o Município tem mantido a comunicação com as escolas e que a «primeira semana foi mais de adaptação e de perceber as necessidades. Os alunos que não têm apoio ou internet estão a ter aulas presenciais com professores a dar apoio», explicou.
A par de algumas medidas que o Município já tinha anunciado, Telma Cruz frisou que foram disponibilizados «160 tablets» que se juntam aos equipamentos que o Agrupamento e o IEJ já dispunham. «Reforçámos a distribuição de routers, com um cartão de 75 gigabytes de velocidade, o que vai reforçar a internet nas zonas mais complicadas e ajudar as famílias dos escalões A e B [da Ação Social Escolar]. Se for necessário, também disponibilizaremos material fotocopiado e transporte para a escola, assim como estão asseguradas as refeições», anunciou a autarca. Telma Cruz revelou ainda que todas as escolas foram «reforçadas com fibra ótica, o que permite um acesso mais rápido» à internet. À parte desta questão, a também vereadora da Ação Social, frisou que, durante este confinamento, «estão a ser oferecidos às famílias com mais dificuldades cabazes com secos, frescos e produtos de higiene» e que as refeições dos alunos dos escalões A e B continuam a ser fornecidas.
Prometida fibra ótica em todo o concelho até ao final do ano
À mesma agência de notícias, o presidente da Câmara, Jorge Vala, voltou a reforçar as declarações dadas a O Portomosense na edição passada, lembrando que o contrato celebrado com a Altice «só irá garantir a instalação de fibra ótica em todo o concelho no final do ano». Recorde-se que este contrato foi assinado em julho do ano passado e prevê «o investimento nas redes de telecomunicações para as 10 freguesias do concelho». A operação para atingir este objetivo já está «a ser efetuada, mas não está concluída e ainda há zonas com dificuldade de rede», salientou.
Este foi um problema que também se fez sentir no primeiro confinamento, a que O Portomosense deu destaque na edição 921: «Neste momento há largas dezenas de crianças e jovens impossibilitados ou com grandes dificuldades em assistir às aulas online por na zona onde vivem o acesso à internet ser de tão fraca qualidade que, na prática, quase se pode dizer que é inexistente», noticiávamos na altura. Passados vários meses, a situação repete-se e apesar da tentativa por parte do Município e das escolas para encontrar soluções, há, então, este grupo de quase 40 crianças e jovens, a quem não resta outra solução senão deslocar-se à escola para ter as aulas.