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Alunos do IEJ melhoram competências de comunicação e liderança em projeto do Toastmasters

5 Abril 2023
Jéssica Silva

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Jéssica Silva

5 Abr, 2023

Doze alunos do 10.º ano do curso de Comunicação do Instituto Educativo do Juncal (IEJ) dinamizaram no passado dia 16 de março a sessão final do Youth Leadership Program, um projeto inserido no clube Toastmasters de Porto de Mós, no qual cada membro tem uma função específica. Ao longo de oito sessões, os estudantes tiveram a oportunidade de treinar as suas competências de comunicação e liderança, com o apoio de Dulce Custódio e Célia Sousa, presidente e vice-presidente, respetivamente, do clube. Esta é uma das muitas ações que consta do programa do Toastmasters, que é sugerida que se faça em escolas ou grupos de jovens. A ideia de a levar para o IEJ surgiu há cerca de dois anos quando convidaram a diretora pedagógica a assistir a uma das sessões e, desde logo, sentiram que houve «interesse» em implementar o projeto. Começaram pelo IEJ por ser a «escola mais pequena», mas esclarecem que «qualquer escola é válida desde que os professores reconheçam que [o projeto] é interessante».

Os estudantes da turma do 10.ºC, que organizou a sessão, concentraram-se na sala da Mediateca para mostrarem aos colegas de outra turma o resultado final daquilo que aprenderam desde novembro. A sessão teve início com o “bater do martelo”, pela presidente Matilde Carreira, que apresentou os restantes membros e as respetivas funções, a que se seguiu a divulgação da “mensagem inspiradora” pela voz de Érica Barreiros, a vice-presidente. A Érica Oliveira coube a função de ser a Contadora do Tempo que consistiu em ir mostrando cartões de diferentes cores para que cada um soubesse o tempo que já tinha falado. No fim, realizou um relatório sobre o tempo que cada pessoa precisou tendo em conta o previsto. Beatriz Domingos foi a Contadora de AAS, isto é, contou o número de “AAS” que cada pessoa disse ao longo do discurso, assim como as “muletas” não-verbais mais utilizadas. Como Zelador da Gramática esteve Francisco Moreira que avaliou o tipo de linguagem usada e Daniela Santos teve a tarefa de escolher aleatoriamente duas pessoas (sem funções) para realizarem dois discursos de improviso sobre temas que lhe calharam.

A “palavra do dia” escolhida para a sessão foi procrastinar, cujo o objetivo é que cada orador nalgum momento do seu discurso a tentasse utilizar. Cristiana Pereira foi a aluna responsável por levar um discurso preparado a que deu o nome de A nossa História, no qual contou as dificuldades pelas quais passou desde tenra idade. António Barbosa, por sua vez, escolheu falar sobre a NBA. No fim, cada elemento do público foi convidado a fazer uma avaliação sobre os discursos que acabara de ver e ouvir. Depois de cada membro ter executado a função que lhe competia, entre avaliações e relatórios, Mariana Amado fez uma avaliação geral da sessão.

“Não tenham medo de treinar”

Na plateia, a assistir, estava a diretora pedagógica do IEJ, Tânia Galeão, que no final considerou «um privilégio» os alunos terem tido a oportunidade de melhorarem as suas capacidades de comunicação e liderança: «Isto são competências fundamentais, muito mais importantes do que aquelas que trabalhamos em sala de aula, cumprindo os programas curriculares», enalteceu. Tânia Galeão agradeceu a Célia Sousa e Dulce Custódio por terem levado o projeto para o IEJ e mostrou vontade de que este possa ter continuidade. «Gostaríamos muito de ter o clube na escola porque é importante para todos, não só para o curso de Comunicação», constatou. Um desejo igualmente expressado pela diretora de turma do 10.ºC, que, ao reconhecer o impacto positivo que o projeto teve nos seus alunos, admitiu que gostaria que estes pudessem «beneficiar de uma atividade semelhante» no próximo ano: «Far-vos-ia crescer e ajudar-vos-ia muito no mercado de trabalho», justificou. «Não reconheço estes alunos, acho que aqui são umas pessoas e em sala de aula são outras completamente diferentes», frisou.

Dulce Custódio que, a par de Célia Sousa, acompanhou, ao longo das últimas semanas, os alunos e os preparou para esta última sessão considerou ter sido «uma honra e um privilégio» poder ter feito parte deste projeto que, garante, lhe deu «imenso gosto e muita motivação». O balanço que faz é «muito positivo», sobretudo quando compara os primeiros discursos com os de agora e nota «uma diferença enorme» havendo hoje uma linguagem «mais limpa e direta». Também Célia Sousa se mostrou visivelmente satisfeita com a prestação e a evolução dos estudantes: «Foi mesmo muito bom ver, na última sessão, a nossa turma a querer ensinar os convidados, quer dizer que acharam que foi uma coisa boa que aconteceu», afirma, acrescentando que não foram só os alunos que beneficiaram deste projeto e que também elas foram «postas à prova», nomeadamente com a capacidade de liderança.

A encerrar a sessão, Dulce Custódio fez questão de deixar um último conselho aos alunos: «Temos que ter muita atenção à forma como começamos o discurso, para captar a atenção, e a forma como o terminamos, que é a mensagem que as pessoas levam para casa. A forma como vocês se apresentam é, no fundo, o segredo do sucesso», sublinhou, apelando a que estes possam usar esta máxima não só na sua vida pessoal como profissional. «Não tenham medo de treinar e de assumir que precisam de melhorar cada vez mais», incentivou.

O que é o Toastmasters?

O Toastmasters International é uma organização sem fins lucrativos, criada nos Estados Unidos em 1905 por Ralph C. Smedley, que se destina a quem queira desenvolver as suas capacidades de comunicação e liderança. Possui clubes espalhados pelo mundo, um dos quais em Porto de Mós (desde 2019). Tem 20 sócios que reúnem quinzenalmente às segundas-feiras no Espaço Jovem. O grupo faz «duas sessões presenciais (às 20 horas) e uma online (às 21 horas)» que estão abertas a qualquer um, explica Dulce Custódio, a presidente do clube. Em todas as sessões existem discursos (preparados e de improviso) que são avaliados pelos restantes membros. Todos vão rodando de funções «enquanto uns fazem os discursos, outros são avaliadores ou contam o tempo, tudo no sentido de ajudar quem faz o discurso».

Dulce Custódio reconhece que este clube é ainda desconhecido para muitos, algo que poderá estar relacionado com a falta de divulgação, mas também com o receio das pessoas de se «exporem». «Não é fácil expormo-nos num palco e estarmos recetivos a aprender e a melhorar», reconhece. Por outro lado, há quem tenha a «ideia errada» de que o clube «é para políticos»: «Não tem nada a ver. A forma como nós reagimos àquilo que nos dizem pode ser transversal a qualquer profissão», defende.

Fotos | Jéssica Silva

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