Antiga cantina escolar de Porto de Mós vai ser transformada numa incubadora de empresas

28 Outubro 2020

O Portomosense

A antiga cantina escolar de Porto de Mós, junto à Escola Primária da vila, vai ser requalificada e transformada numa incubadora de empresas. A abertura do procedimento de concurso público para a obra, que se prevê que ronde os 250 mil euros, foi aprovada por maioria na última reunião de Câmara. O «espaço devoluto», conforme explicou o presidente da Câmara, Jorge Vala, será «um centro de apoio ao empreendedorismo que terá a parte open para instalação de eventuais jovens empresários ou qualquer pessoa que se queira iniciar numa carreira de empresário, mas também um conjunto de outras valências, nomeadamente o apoio ao emprego e apoio às empresas». O autarca diz que é intenção do executivo criar «um pólo com alguma centralidade e com o qual se pretende dinamizar empreendedores, aproximando da escola e do centro da vila». Jorge Vala deixou a garantia de que não se vai «descaracterizar» o edifício: «O espaço vai ser ampliado com corpos autónomos, que ficam ligados. É um projeto muito pouco intrusivo em relação ao que temos neste momento, bem incorporado, o arquiteto tentou trazer aqui a cor dominante do barro, associado ao que é uma das áreas de desenvolvimento económico do concelho».

Quem discordou foi a vereadora Anabela Martins, do PS, que acredita que «a cantina vai ser descaracterizada, não pela questão estética, mas pelo conteúdo em si». «A requalificação deve ser feita, mas tendo em conta que tem uma Escola Primária mesmo ao lado, deveria ser um complemento à escola», frisa. Para a vereadora este espaço deveria ser «uma mais-valia ao nível de desporto e atividades» e justifica: «Embora possam dizer que existe um pavilhão ao lado, o que é verdade, é utilizado em grande parte pela Escola Secundária e pelas associações desportivas, havendo uma dificuldade em encaixar os alunos do pré-escolar e do primeiro ciclo». Anabela Martins diz mesmo que este seria, na sua opinião, «o espaço ideal para complementar aquilo que a escola já tem e aquilo que ficou a faltar, um espaço fechado para atividades lúdicas, para desporto e até para reuniões com os pais». Pela localização, a vereadora disse ainda pensar que o executivo ia avançar com a Loja do Cidadão neste espaço». A finalizar a sua intervenção, Anabela Martins expressou a sua incompreensão por se construir uma incubadora de empresas «afastada de um parque industrial»: «Não faz muito sentido, quando nós estamos a tentar instalar empresas num parque industrial, criar depois um espaço completamente afastado das mesmas».

«Quando chegámos aqui, aquilo não servia para nada»

Em resposta, Jorge Vala começou por lembrar que quando o seu executivo começou em funções o espaço «estava fora da escola, com uma parede e uma rede à volta» e que questionou «para o que é que aquilo servia, ao que responderam para nada». A Loja do Cidadão chegou de facto a ser uma hipótese para este espaço, mas o presidente explica porque não avançou, acusando primeiro Anabela Martins de se contradizer: «Se serve para Loja do Cidadão, porque não serve para incubadora se continua a estar ao lado da escola». «Não foi possível fazer a Loja do Cidadão porque o investimento mínimo era significativo, nós pusemos a hipótese de o fazer, mas o Instituto dos Registos e Notariado (IRN) recusou-se a vir. Ora, fazer uma Loja do Cidadão para acomodar as Finanças e a Segurança Social apenas, que até estão bem acomodadas, acabou, de alguma forma, por contrariar aquilo que era a nossa filosofia, que era concentrar todos estes serviços. O nosso objetivo até era tentar trazer para cá o próprio Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para podermos fazer os passaportes mas o SEF disse que só vinha se o IRN viesse e ficamos presos por essa questão».

Em relação ao facto da incubadora ficar afastada dos parques industriais, Jorge Vala acredita que um projeto destes tem de ficar «próximo dos mais jovens, acessível com facilidades a essas pessoas para lhes dar a oportunidade de incubar». «Essa é a primeira fase, a segunda fase sim, se houver condições e evolução da empresa, passar para a eventual instalação na zona industrial. Mas esta é uma fase diferente, é uma fase para o estudo, onde nós queremos que exista uma ligação forte à vila e criar uma dinâmica associada a um centro de empreendedorismo, associá-la também ao Instituto de Emprego e Formação Profissional, com alguma formação profissional», conclui.

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