Como monumento nacional desde 1910, o castelo de Porto de Mós apresenta-se hoje com características diferentes desde 2001, altura em que foi alvo da sua última intervenção de restauro. Após as recentes alterações, O Portomosense foi fazer uma visita ao castelo com o intuito de perceber qual a opinião dos visitantes sobre a sua aparência atual.
Há 50 anos a viver na Flórida, nos Estados Unidos, João Carlos de 70 anos, natural da Corredoura, não se recorda da última vez que foi ao castelo de Porto de Mós. Sabe apenas que quando vivia cá ia visitar o «monumento muitas vezes» na companhia dos avós. É através de uma viagem no tempo que João Carlos confessa que o castelo «noutra Era não tinha a apresentação que tem hoje» e vai mais longe, dizendo que atualmente «não só se apresenta bem, como dá gosto vir aqui».
Na ótica do portomosense, os portugueses são um povo que «tem muito gosto no passado», referindo que essa é uma característica importante e considera «magníficas» as alterações que foram feitas. João Carlos, conhecedor de outros monumentos a nível nacional, confessa, de sorriso rasgado, acreditar que daqui a uns anos, o castelo de Porto de Mós poderá vir a ter «carreiras cheias de turistas» a quererem visitar, como já acontece noutros locais, mas refere que isso ainda poderá levar tempo.
Manuela Barros e o marido vieram de Paredes, no distrito do Porto, para conhecer a vila e o primeiro local de paragem foi o castelo porque lhes «chamou logo a atenção». Manuela Barros salienta que o monumento foi o «cartão de visita» que os levou a rumarem até à Vila Forte. E sublinha que, é visível o «cuidado em preservar e cuidar do património», constatando que o que «salta à vista» é a estrutura, a organização e a limpeza. Sobre as alterações que foram feitas, Manuela Barros refere que é importante «fazer um upgrade, uma atualização para a realidade atual» mas sempre tendo em vista a «preservação daquilo que é antigo». E confessa que o facto de haver um elevador foi «outra chamada de atenção» e remata dizendo que deve ser um «exemplo a seguir no resto do país», acrescentando que «infelizmente é algo que ainda não se verifica noutros locais».
Publicidade alusiva ao castelo atrai turistas
Sem que Porto de Mós constasse no roteiro de férias de Arminda Sousa, de 44 anos, e do marido, Manuel Oliveira, de 47, vieram de Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga. Estavam a passar pelo IC9 com destino à Nazaré quando observaram uma publicidade acerca do castelo de Porto de Mós e foi nesse momento que decidiram fazer uma alteração à rota. Manuel Oliveira confessa que foi «um tempo gasto bem empregue» na visita do monumento sublinhando os «bons acessos» e o facto de estar tudo «muito bem explicado». O famalicense ressalva que a sua parte favorita da visita foi a exposição de fotografia porque, justifica, se consegue observar a reconstrução do castelo e como este estava «destruído e deteriorado» e confessou-se impressionado pelo facto de terem conseguido «pôr isto assim».
«Uma coisa que me impressionou logo aqui à chegada foi a rampa de acesso para deficientes. Até comentei que não se vê isto em muitos sítios», refere Manuel Oliveira. O visitante já conta com um rol significativo de visitas a monumentos e ressalva que «não têm as acessibilidades como aqui». Arminda Sousa reforça a ideia dizendo que se trata de um «bom exemplo» pelo facto de, por vezes, as pessoas com «dificuldade em andar» não conseguirem visitar monumentos por causa de limitações.
Também com destino à Nazaré ia Glória Correia, de 51 anos, e o seu marido, Vítor Correia, com 52. Enquanto passavam pelo IC2, o casal oriundo de Vale de Cambra, no distrito de Aveiro, ao ver uma publicidade alusiva ao castelo, optou por alterar o programa inicial e rumar à Vila Forte.
Vítor Correia confessa que nem sabia que Porto de Mós tinha um castelo mas ressalva que apesar de já ter visitado alguns, o monumento se destaca de entre outros patrimónios porque tem «grandes acessos» e um «elevador para deficientes». O valecambrense considera que «as remodelações foram boas» e que se trata de um «bom projeto» que deveria de ser aplicado noutros locais. «Há quem goste de ir para a praia, nós gostamos mais de ver monumentos e patrimónios», refere Vítor Correia.
Por sua vez, Glória Correia desabafa que gostou «muito» de visitar o castelo e que achou as exposições «interessantes», salientado que a área «está muito cuidada e arranjadinha» e que as alterações feitas são uma «mais-valia para toda a gente» e que o valor do bilhete é «bastante aceitável».
Essa é uma opinião partilhada de forma unânime por todos os visitantes que consideraram o valor de entrada no Castelo de Porto de Mós irrisório e bastante aceitável. Por menos de dois euros, cada pessoa pode visitar o castelo e ter acesso a duas exposições, assim como, uma visita por todo o espaço envolvente do edifício.