A 15 de maio, dia em que começaram a ser reforçados os meios de combate aos incêndios, o Centro de Meios Aéreos de Porto de Mós (CMA), em Alcaria, recebeu a apresentação do Plano de Operações da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL). Usaram da palavra o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, o comandante do CMA, sargento-ajudante Rui Teixeira, o comandante operacional distrital da Proteção Civil (CODIS), Carlos Guerra, e o presidente da CIMRL, Gonçalo Lopes.
Jorge Vala deu as boas-vindas a todas as entidades presentes, e referiu que «15 de maio é um dia importante sob o ponto de vista da proteção civil», uma vez que «terminou uma fase de prevenção, de limpeza, e começou a fase de preparação para o combate, sem esquecer a continuação da vigilância e da prevenção». O autarca informou ainda que o meio aéreo, a partir daquela data, fica disponível no CMA, assim como um piloto e um mecânico.
Rui Teixeira começou por informar que os 23 militares, sediados no CMA, estão «preparados para responder 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, a qualquer incidente» para que sejam chamados. Com a sua atividade prioritariamente alocada a um raio de 40 quilómetros, cobrindo «o sul do distrito de Leiria e o norte do de Santarém», de acordo com o comandante, são percorridos cerca de 35 mil quilómetros por ano, com «cada vez menos ocorrências». Rui Teixeira deixou, no entanto, a ressalva de que «enquanto as faixas de gestão de combustível previstas não estiverem executadas», a missão dos “seus homens” «em termos de ataque inicial e ataque executado é, em grande medida, prejudicada», já que, em vez de olharem «para um incêndio rural de forma estratégica», fazem-no «no sentido da defesa das pessoas e dos seus bens». A terminar, o comandante do CMA deixou ainda o apontamento de que, em 2019, foram fiscalizadas «as 110 freguesias do distrito de Leiria», por entenderem que «independente da priorização que é dada através do despacho do presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), para a GNR, todas as pessoas contam».
O CODIS, Carlos Guerra, salientou que «este é um ano anormal em termos de combate aos incêndios rurais, porque é necessário conviver também com a pandemia», destacando que «é fundamental [em todos os casos] a segurança dos operacionais». O plano para 2020 tem como «objetivos primários», em primeiro lugar «prevenir comportamentos de risco» e, «num segundo patamar, vigiar, detetar e avisar: vigiar através dos diversos sistemas implementados, detetar o mais precocemente possível qualquer ignição e avisar quem tem que combater essa ignição».
Num dia em que o «dispositivo» passa a uma «fase mais reforçada, onde são dispostos pelo país um conjunto de meios terrestres e aéreos», Carlos Guerra elogiou a CIMRL por ter sido «pioneira no programa de videovigilância», que «tem sido, nos últimos anos, um grande auxiliar de apoio à decisão operacional», reforçou. Além disso, destacou o papel dos «Municípios e das Juntas», sobretudo na proximidade com as populações». Para Carlos Guerra, há ainda que deixar uma palavra de apreço aos «militares das Forças Armadas, nomeadamente quando são chamados à vigilância e também nos meios tecnológicos, através da unidade de apoio sediada em Abrantes». «Estamos cada vez mais [a trabalhar] em conjunto com as Universidades e com os Institutos Politécnicos, a dar cada vez mais passos e cada vez mais seguros em termos do que são as ferramentas tecnológicas de apoio à decisão», afirmou, revelando que, hoje, «em cada telemóvel dos operacionais, há a capacidade de poder tirar fotografias e vídeos que de imediato são colocados nos centros de comando».
A encerrar a cerimónia, Gonçalo Lopes teceu elogios à GNR e afirmou que «ter em Porto de Mós, o helicóptero é, de facto, notável e ter este meio disponível para acudir com prontidão é uma vantagem e um privilégio». O autarca disse que «cada Câmara tem os seus grupos de proteção civil», mas que a «CIMRL tem, nos últimos anos, feito um esforço importante não só de aprendizagem, mas de se assumir como um parceiro no terreno». Referindo o «projeto da videovigilância», Gonçalo Lopes afirmou que «a instalação das câmaras é um fator de segurança, mas também vital para a prevenção e depois para saber localizar o sítio exato onde se devem aplicar os meios».
O autarca deixou o alerta de que «se este é um ano diferente por causa da pandemia», pode também ser «um ano de maior risco, porque se as praias vão estar limitadas na sua utilização, muitas pessoas irão para a floresta, podendo ser foco de problemas suplementares». Gonçalo Lopes terminou agradecendo ao Município de Porto de Mós e ressalvando os seus esforços por manter e incrementar o CMA e a sua equipa.