Na altura, o presidente da Câmara, Jorge Vala, confessou ter sido com alguma estranheza que recebeu a proposta apresentada pelo PS. «Considero a proposta extemporânea, porque nós já tínhamos combinado aquilo que combinámos. Mas o PS entendeu que deveria fazer a proposta e está tudo bem», afirmou acrescentando que «desde o primeiro momento que disse que os 55 mil euros eram para gastar no movimento associativo do concelho». Por sua vez, a vereadora do PS, Anabela Martins, teve uma interpretação diferente dos factos e afirmou que foi o PS quem levantou a questão da possibilidade da redistribuição das verbas pelas associações. «Como nós demos essa ideia, achámos pertinente, até num sentido da partilha e na conjugação de esforços, avançarmos com essa proposta formal», justificou.
Anabela Martins atirou ainda que «se a proposta está simples demais é porque ainda não se começou a trabalhar [por ainda não haver comissão constituída]». Em resposta, Eduardo Amaral garante que «já se começou a trabalhar há muito» e que prova disso é o «levantamento e diagnóstico que está a decorrer nas associações» com o objetivo de saber quais são exatamente os seus problemas. «A proposta do PS é um bocadinho limitativa. O problema não é nestas 20 associações [referidas na proposta inicial] é nas 140», defendeu o vice-presidente. Na sua opinião, se a ideia é «dar este dinheiro às que estão nas tasquinhas, estavam muitas associações a trabalhar nas Festas e que não estavam nas tasquinhas», sublinhou. Do lado do PS, Rui Marto garantiu que a sua tomada de posição «foi sempre com as associações de participam no São Pedro, seja com tasquinhas ou sem».
À comissão agora aprovada, que será composta por um elemento de cada um dos grupos representados no executivo municipal, irá caber a tarefa de decidir a forma como se irão distribuir as verbas cujo destino seriam as Festas de São Pedro. No entanto Jorge Vala adverte: «Estou plenamente de acordo que tenha sido encontrado um modelo satisfatório para as associações, mas não um que sirva para substituir o que elas fariam havendo tascas. Não podemos pensar que vamos pedir as contas às associações para depois suprimir o valor que eles não fizeram, porque não conseguimos».