A 10 de setembro, o Castelo de Porto de Mós acolheu a tomada de posse dos novos órgãos sociais da ASSIMAGRA – Recursos Minerais. Miguel Goulão (Filstone), durante 15 anos vice-presidente executivo, passa agora a liderar a direção, tendo ido para o seu lugar Célia Marques. Da direção fazem ainda parte as empresas Marmocazi; Pedrantiqua, Lda (de Porto de Mós); Fortescue, Metal Groups, Lda; Mármores Galrão, S. A.; Solubema; e Soc. Pedreiras do Marco. A LSI Stone, Lda, instalada na freguesia de Pedreiras e liderada por Regina Vitório, tomou posse como presidente da Mesa da Assembleia Geral, que conta ainda com representantes da Solicel e da Pedra de Toque. O conselho fiscal é liderado pela Solancis, com pedreiras em Porto de Mós, representada por Samuel Delgado. Polimagra Granitos S. A. e Kreston & Associados completam a lista.
A iniciar a cerimónia, Célia Marques afirmou que «ao setor colocam-se grandes desafios, a que a ASSIMAGRA tem dito “presente”. Incentivar a inovação, a qualificação das empresas, a aproximação aos centros de saber e de conhecimento» são alguns dos desafios a que a tem respondido, acumulando com «o apoio às empresas no acesso aos mercados externos, promoção da pedra portuguesa nacional e internacionalmente, e políticas de ordenamento e planeamento do território», referiu. Célia Marques reforçou que, em tempos de pandemia, há «muito mais trabalho pela frente, no sentido de ajudar o setor na sua retoma económica». Porém «precisamos de um setor mais coeso, unido e participativo. Isto é fundamental até para estarmos mais ligados ao tecido empresarial que representamos, para que todos possamos crescer, evoluir de uma forma mais forte e mais sustentável», salientou.
Miguel Goulão começou por agradecer os 15 anos enquanto vice-presidente executivo, destacando que foram os empresários do setor que lhe transmitiram «este vício da pedra». Salientando que «os desafios que agora se avizinham serão novos», o presidente disse precisar de «alguns favores» dos associados: «Gostava que me emprestassem um pouco do vosso tempo, do vosso conhecimento, da vossa sabedoria e da vossa experiência», pediu.
A intervenção de Miguel Goulão centrou-se na nova lei das pedreiras que tem «alterações profundas» e que vem trazer «novas dificuldades e exigências». «Gostaria de deixar uma mensagem ao senhor ministro do Ambiente e da Transição Energética e ao senhor secretário de Estado da Energia: no período que vivemos, em que a pandemia nos traz tantas dúvidas, colocar-nos este desafio de alterar profundamente a legislação que nos regula, julgo que não é justo, para ser simpático», frisou. O dirigente salientou, no entanto, que «o setor vai continuar a trabalhar e a provar que acrescenta verdadeiro valor à economia portuguesa», frisando que «enquanto [a lei] não for publicada em Diário da República, a ASSIMAGRA não vai desistir». É neste âmbito que entram os “favores” pedidos por Miguel Goulão: «É fundamental que, quando todos forem convocados a reunir e a estar presentes, possam disponibilizar um pouco do vosso tempo. Eu sei, é tão mais confortável ficarmos na nossa empresa, ela precisa tanto de nós, mas o bocado que estamos a dar ao coletivo, acreditem, será dado em dobro à vossa empresa. O trabalho em prol do setor beneficiará todos», afirmou.
Novo organismo
Na cerimónia de tomada de posse, a ASSIMAGRA anunciou a criação de um novo organismo, que visa «alargar os órgãos sociais a outros protagonistas do setor, para, em conjunto, e de uma forma mais aprofundada, refletir sobre questões mais estratégicas da associação», explicou Célia Marques. O Conselho Estratégico, ora criado, tem um total de 32 membros, que contemplam também os elementos dos órgãos sociais, e é presidido pelo presidente da direção, tendo todos os outros o mesmo cargo. Entre os membros estão quatro empresários portomosenses com pedreiras e/ou empresas no concelho. Célia Marques adiantou ainda que o castelo de Porto de Mós vai ser a sede deste novo organismo.
O presidente da Câmara Municipal, Jorge Vala, começou a sua intervenção referindo ser uma «honra» e um «orgulho» que o monumento tenha sido escolhido para este papel, já que o concelho «tem uma ligação fortíssima à extração e também à transformação». Jorge Vala parabenizou a associação «que tem mais de 50 anos de história e conta com mais de 200 PME associadas» e que «tem valorizado tanto este setor, tem ajudado a modernizar tecnologicamente e sobretudo no apoio à internacionalização»; acrescentando que o Município «continua a querer ser parceiro». O autarca lançou ainda o desafio para que a segunda edição da Exposição Primeira Pedra possa ser também trazida a Porto de Mós, como a primeira, pois «foi importante para o concelho, mas foi, sobretudo, importante para dizer ao mundo que a exposição esteve nas grandes cidades», como Londres ou Paris e outras, «mas também pode estar em Porto de Mós, na província de onde é originária uma parte importante do calcário», salientou.
Porto de Mós ganha homenagem aos profissionais de saúde
Na cerimónia, Jorge Vala anunciou que, no âmbito de um projeto conjunto com a Câmara de Lisboa e com a Associação Calçada Portuguesa, o Parque Almirante Vítor Trigueiros Crespo, em Porto de Mós, vai receber uma praça de homenagem aos profissionais de saúde. A obra será igual a uma outra, executada em Lisboa, com cerca de 300 metros quadrados, junto ao Hospital Curry Cabral. A calçada que constituirá a obra será extraída das Serras de Aire e Candeeiros. Miguel Goulão frisou que «o desenho igual vai casar a vila mãe da pedra, de onde é extraída, com a cidade capital onde é utilizada. Este casamento vai existir com o elo de ligação da pedra».