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Assistente virtual: “Ter os meus horários, trabalhar em qualquer sítio”

31 Janeiro 2024
Bruno Fidalgo Sousa

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Bruno Fidalgo Sousa

31 Jan, 2024

Basta-lhe um computador para trabalhar e um sítio onde se sentar. Depois, abre o calendário (digital), certifica-se que respondeu a todos os e-mails que caíram durante a noite e prepara-se para um dia de… assistência – sempre virtual. Se há uns anos tinha de estar à secretária do escritório, hoje, uma assistente não precisa de ser “presencial”. O mundo digital já tomou conta das hostes do trabalho e Cristiana Vieira é, desde janeiro passado, o exemplo perfeito disso. A função implica auxiliar «um negócio, uma empresa, um empreendedor, com trabalhos ou tarefas que podem ser feitas via remota, seja tratar de e-mail, fazer divulgação via redes sociais, fazer anúncios ou até conteúdo orgânico, fazer revisão de contratos, emitir faturas, tudo o que seja um trabalho um bocadinho mais administrativo ou mais digital, multimédia, marketing, são tudo tarefas que até com a pandemia se começou a perceber que é possível fazer em casa e à distância», explica a’O Portomosense. E «pode nem ser só para empresas, são pequenos empreendedores que tenham ou um restaurante, uma esteticista, uma psicológa, todos eles se atualmente não tiverem o negócio divulgado online, acaba por ser muito difícil crescerem como querem», acredita.

A jovem de 28 anos, natural da Batalha, mas a morar em Porto de Mós, não imaginava vir um dia a ser assistente virtual – afinal, graduou-se em áreas muito distintas do que é hoje a sua ocupação a tempo inteiro. Mas a verdade é que a licenciatura em Biologia e o mestrado em Ecologia não lhe “encheram as medidas”, além de que há pouco trabalho na área, e então, mesmo perante uma família reticente, decidiu arriscar: despediu-se do emprego que tinha então (na área da gestão ambiental) e, mesmo sem clientes, começou a divulgar o seu novo ofício. «Comecei a pensar assim: o que é que eu consigo fazer em casa que me sustente e que me dê trabalho?». Assim foi. Ela que sempre gostou da parte criativa, confessa, e, então, das publicações nas redes sociais que fazia para clientes passou para a edição de vídeo, daí estudou gestão de tráfego online (e continua a estudar na área, «que pelo menos na parte das redes sociais todos os dias há atualizações») – relacionada com o marketing e com a publicação de anúncios. Tudo serviços que oferece aos nove clientes que tem atualmente em carteira (os serviços que mais pratica, face à procura, embora ainda haja quem lhe peça algo mais administrativo), e que espera que cresçam, aliás. Se admite que no princípio foi mais desafiante, agora já consegue “tirar um ordenado” e até ganha «mais do que o que ganhava em gestão ambiental». Tanto que até já pensou em arranjar ela própria uma assistente virtual. «O mercado [para esta profissão] não está saturado», garante, e mesmo para quem não nasceu «neste mundo mais digital», relatando conhecer pessoas «que têm quase 50 anos e que deixaram os trabalhos e estão a ser assistentes virtuais, porque já tinham um trabalho muito mais administrativo e perceberam: “Não, eu não consigo continuar com esta vida, quero ter mais tempo para mim, para a família”».

Essa é, aliás, a grande vantagem que Cristiana Vieira destaca: «Ter os meus horários, trabalhar em qualquer sítio». «Mas se for preciso trabalho mais horas do que se trabalhasse por conta de outrem, porque estou aqui tão entretida, confortável, estou em casa», frisa. A desvantagem, talvez alguma solitude, sem colegas de trabalho, mas algo a que ela não dá grande relevo. Um assistente virtual trabalha com pessoas e Cristiana Vieira lida com elas todas os dias – o que também tem o seu “quê” de «desgastante». «Nem todos os clientes são iguais, há dias que sim, são um bocadinho desgastantes, porque temos alguns prazos, todas as semanas têm de sair “x” publicações, é tentar fazer as coisas com antecedência para que o cliente consiga aprovar, muitas vezes podem pedir alterações em cima da hora, mas acho que é sempre bom», remata.

Tanto que está mais que preparada para o ano novo, com a cabeça em novos infoprodutos e, através de mentorias ou cursos, em ajudar outros que queiram também ser assistentes virtuais. Afinal, Cristiana Vieira gosta «de ajudar». «Gosto ver o negócio [dos clientes] a dar certo, a terem mais clientes, acho que é mesmo gratificante», conclui.

 

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