A Ala D’Artistas, associação cultural e artística sediada em Calvaria de Cima e com delegação em Aljubarrota, tem vindo a crescer ao longo dos seus quatro anos de vida, contando com diversos programas que “mergulham” no mundo do cinema, do teatro e das artes.
Este ano, a Ala D’Artistas teve a oportunidade de expandir o seu nome e trabalho através do apoio da Comissão da Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, e também do Município de Leiria. Atualmente são vários os projetos “abraçados” pela associação: +Cinema, +Teatro, tal como a participação no Festival Viver, que se realiza este ano na Calvaria de Cima, e no Festival FAAL 2024, o novo Festival de Artes de Aljubarrota.
Anteriormente denominado de +Teatro +Cinema, o projeto foi divido pela primeira vez, tendo a especialização como meta. «Ao início era importante pelo menos conseguir distinguir e ao mesmo tempo tentar entender o que é que o teatro e o cinema têm em comum e onde divergem, mas com o tempo fomos percebendo que queríamos especializar muito mais os participantes e acabámos por dividir o projeto», explica o diretor artístico da associação, Fábio Dias.
O curso com o modelo b-learning +Cinema Leiria 2024 arrancou pela primeira vez na cidade de Leiria no início de agosto, capacitando os alunos a realizar, escrever, fotografar e até a produzir curtas-metragens. Aos alunos que completem todos os módulos é entregue um certificado de formação profissional SIGO (Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa) e o trabalho final será apresentado «na Black Box, plataforma de criação artística, em Leiria, a 20 de outubro». «Está a ter uma repercussão mais positiva do que estávamos à espera. Neste momento temos 21 participantes em Leiria. Por norma sou eu que costumo administrar a parte de realização e produção. Temos o Vasco Monteiro, que é um realizador e argumentista já de renome, foi argumentista do Inspetor Max, do Mar Salgado e de alguns produtos televisivos assim já mais reconhecidos. Temos também a Catarina Brito, que é uma sonoplasta aqui da região», frisa Fábio Dias.
O curso +Teatro Alcobaça 2024, também facultado no modelo b-learning, tem certificação do Ministério da Cultura e DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho) e decorre em Aljubarrota e Alcobaça. O objetivo é introduzir os alunos à arte do teatro, através de aulas que exploram a dramaturgia, a voz, a encenação, a interpretação, a gestão e produção teatral e a direção técnica. Quanto ao projeto final, será estreado «em novembro em Porto de Mós, Alcobaça e em Santarém», segundo o diretor artístico.
Curta comunitária em exibição no Festival Viver
Para Fábio Dias, ao longo destes quatro anos alguns dos projetos foram «mais valorizados, pelo menos dentro do cinema», como foi o caso da curta-metragem comunitária da Calvaria de Cima Mosaicos do Tempo, apresentada em 2023. «Acho que foi um projeto que reconheceu muito as gentes aqui da vila. A apresentação teve lugar no Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA), mas depois, com a celebração dos 100 anos da Calvaria de Cima, foi-nos pedido que voltássemos a exibir este projeto», que foi criado nos Casais de Matos, revela. Agora, a freguesia vai poder rever a obra cinematográfica no Festival Viver, que decorre de 13 a 15 de setembro. No evento, a Ala D’Artistas será também responsável pela dinamização de workshops de teatro, cinema e dança, tal como sessões de arte-terapia, entre outras atividades.
Entre 5 a 26 de outubro, a associação estará também presente na primeira edição do Festival FAAL, o Festival de Artes de Aljubarrota que será multidisciplinar, dinamizado pelo Centro Cultural Brites de Almeida (CCBA). «Contamos com esta celebração, por assim dizer, no coração de Aljubarrota, com várias exposições, performances ao vivo (…) e algumas atividades também para a comunidade como ateliês de olaria, de planificação e de fotografia de pigmentos. Depois terminamos sempre às 21h30 com um espetáculo ao vivo. Vamos ter o Ricardo Mesquita de Oliveira na recriação do António Variações no primeiro dia», adianta.
A associação que começou com 12 membros renovou há cerca de dois meses a direção, contando agora com 17 membros «de vários pontos do país». Para o futuro, Fábio Dias diz ter a ambição de «desenvolver na área da internacionalização». «Nós tentámos abrir uma residência de teatro e de cinema aqui, mais direcionada para uma residência internacional. Tivemos algumas inscrições, mas não as suficientes. Pelo menos temos intenção de abrir para o ano», refere, sublinhando que por enquanto a prioridade é o foco na região de Leiria.
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