Assino, nesta edição, pela última vez, este espaço. O Portomosense (e a Rádio Dom Fuas) foi um pedaço bonito da minha história, um pedaço que iniciou em 2017 e que agora termina com a sensação de dever bem feito (não cumprido, porque há sempre mais a fazer). Durante este tempo, muito me foi permitido. Foi aqui, especialmente nas páginas que vos chegam às mãos, que aprendi a ser jornalista, foi com os que aqui trabalham (e trabalharam) que me fiz a profissional que hoje sou. Os desafios foram muitos, todos os dias, às vezes superados, outras vezes não tanto, mas a luta nunca parou e os braços nunca baixaram. Agora é tempo de voar para outras paragens. Porto de Mós foi a terra que, profissionalmente, me acolheu, mas o meu coração é de outro lado, é negro e branco como o traje dos estudantes, é de Coimbra que eu sou, é Coimbra que eu sou. E isso, aquilo que somos, é o que pesa sempre mais na balança. Porto de Mós e os coruchéus do castelo vão comigo, na memória e nas milhentas fotografias que tirei, não só na vila sede de concelho, mas em todos os locais por onde fui passando, em trabalho e não só.
Continuo por aqui mais algumas edições, mas já não ao leme da redação. Para essa função, foram recrutados dois outros marinheiros, um deles, novo na Cincup, mas a “navegar em casa”. Luís Vieira Cruz, juncalense, é o novo diretor d’O Portomosense. Traz consigo a vontade de fazer, a brisa fresca de quem começa um novo desafio e a bagagem profissional que as experiências anteriores lhe conferiram. Ao seu lado, como âncora, terá a já vossa conhecida Jéssica Moás de Sá, que será diretora adjunta. A Jéssica já conhece os cantos ao barco, sabe como içar as velas e quando deve a tripulação recolher ao convés. O jornal fica entregue a dois portomosenses e isso, apesar de ter o peso que lhe quisermos dar, só pode ser, na minha opinião, um bom caminho. A equipa, essa, mantém-se, com o mesmo rigor e profissionalismo que lhe conhecemos, uma equipa coesa, que sabe de onde vem e para onde quer ir.
A O Portomosense, à Rádio Dom Fuas, à Cincup e a todos os meus colegas e superiores hierárquicos desejo os maiores sucessos, que o barco navegue na direção certa, que as correntes e os ventos contrários nunca o impeçam de continuar a zarpar e que o caminho seja tratado de forma tão importante quanto o destino.
Até breve.