Cristiana Lopes
Cristiana Lopes tem 22 anos, é natural do Juncal e foi na sua terra natal que começou a jogar voleibol, mais precisamente no Instituto Educativo do Juncal (IEJ) e no 5.º ano de escolaridade. «O voleibol não era para ser a minha vida, era apenas um hobbie», diz a jovem que conseguiu agora um contrato profissional com o Sporting. No dia 17 começou a treinar com o restante plantel e no dia 27 de setembro arranca a competição. «Estou muito contente com esta oportunidade, muito orgulhosa por ser o Sporting, que é um clube grande que vai lutar pelos títulos nacionais», frisa.
E que percurso foi este até chegar aos leões? A poste, posição que ocupa, jogou no Desporto Escolar do IEJ até ao Ensino Secundário, quando no seu 11.º ano foi jogar para o Sporting Clube das Caldas, aí já «voleibol federado» e no Campeonato Nacional. Foi a partir dessa experiência que contactou com equipas de Lisboa, pela primeira vez. «A Lusófona Voleibol Clube convidou-me para ir jogar para Lisboa quando fosse estudar» e assim foi, conta Cristiana Lopes. Há cinco anos que vive em Lisboa, onde frequentou a licenciatura em Economia e o mestrado em Finanças, que conciliou com a carreira de atleta.
Até janeiro do próximo ano, a jogadora vai estar exclusivamente a competir, depois, vai conciciliar os treinos e os jogos com um emprego numa consultora. Cristiana Lopes tem mesmo como objetivo continuar a trabalhar na área em que se formou: «Eu formei-me em Finanças e gostava de exercer, como o voleibol em Portugal é um desporto que dá para conciliar com o trabalho, sempre quis as duas coisas». A atleta lembra também que em Portugal, são raras as atletas que conseguem ser apenas profissionais de voleibol.
Em termos desportivos, faz as melhores previsões, porque acredita que o «Sporting está a construir uma equipa para ser campeã nacional» e está, considera, «entre as três melhores de Portugal». A atleta vai mais longe e garante que as leoas estão «claramente a lutar pelo título e pela Taça de Portugal». Cristiana Lopes está também muito motivada para trabalhar nas instalações do Sporting, que como clube grande, se destaca a esse nível. «O pavilhão é muito bom, tem boas instalações, não só desportivas mas também de ginásio, temos piscina, sauna, fisioterapia, o que nos ajuda bastante», frisa a jovem que garante que estas condições potenciam os atletas. Apesar de «nervosa», Cristiana Lopes acredita que «vai correr tudo bem».
Maria Cunha
Maria Cunha tem apenas 15 anos e divide-se entre duas paixões: o futebol e o karaté. Mas foi no futebol que conseguiu agora uma grande conquista, chegar a um dos três grandes do futebol português, o Benfica. Natural de Porto de Mós, desde a Escola Primária que se misturava com os rapazes e que corria atrás da bola, ignorando os comentários «machistas» que dizem que “o futebol é só para meninos”. No entanto, o futebol de uma forma mais séria, numa equipa federada, só surgiu na vida de Maria no ano passado, na Associação Desportiva Recreativa e Cultural Vasco da Gama, em Fátima, onde a jovem estuda.
Como pratica karaté desde os cinco anos, estava um pouco reticente em começar a jogar futebol. «Os meus irmãos estavam no clube e eu de vez em quando ia lá fazer os treinos em família, aqueles que se fazem com os pais e filhos. O treinador deles pediu para ir lá experimentar, ao início não queria porque tinha o karaté, mas depois acabei por ficar», explica. Agora, quando questionada sobre se tivesse de escolher o futebol ou o karaté, diz: «Acho que não consigo responder a essa pergunta».
A oportunidade de jogar no Benfica surgiu diretamente da vontade da treinadora das águias: «No segundo jogo contra o Benfica [em que Maria jogava ainda pelo Vasco da Gama], a treinadora do Benfica veio falar comigo no final a pedir para ir fazer um treino lá», conta. A COVID-19 veio atrapalhar os planos e não possibilitou que a avançada agarrasse logo a oportunidade nesse momento. Mas no final da época, o telemóvel de mãe de Maria Cunha tocou para lhe dar “a boa nova”, o clube queria que a jovem jogadora integrasse a equipa sub-17 já no início desta época.
Os treinos começam já no início de setembro e Maria está um pouco «nervosa», mas sabe que, aconteça o que acontecer, esta será sempre «uma experiência» e ainda por cima no seu clube do coração. Não vai abandonar as suas rotinas: «Eu vou continuar cá com a minha vida normal, depois vou lá apenas treinar e aos jogos», explica. A jovem vai agora para o 10.º ano de escolaridade para o curso de Ciências e Tecnologias, com uma saída de Ensino Superior em vista, a Fisioterapia. No futuro, tem a certeza de que quer conciliar a sua vida profissional com o desporto. Quanto a ser apenas profissional no futebol, responde com um «talvez». O futuro não se sabe, mas no presente, Maria Cunha está «muito feliz» com este novo desafio.