Um ano depois, o cenário repete-se. À semelhança do que aconteceu em outubro de 2020, o concelho de Porto de Mós está, novamente, sem delegada de saúde. A informação foi dada pelo presidente da Câmara, Jorge Vala, na reunião do executivo da passada quinta-feira, dia 2 de dezembro, na qual revelou que a delegada de saúde se encontra de baixa médica «há uma semana». Esta ausência ocorre numa altura em que o número de casos positivos de COVID-19 volta a aumentar no concelho, o que leva Jorge Vala a mostrar-se «muito preocupado» com o acompanhamento prestado aos utentes pelas autoridades de saúde: «Essa é mais uma preocupação que temos porque a resposta ao concelho de Porto de Mós volta a ter que ser dada pelos profissionais que já estão a dar respostas noutros concelhos, nomeadamente em Leiria».
Num concelho com mais de 23 mil habitantes, a ausência por baixa médica da delegada de saúde é, no entanto, apenas a “ponta do icebergue” do que se passa, atualmente, em termos de saúde no concelho. «A um dos médicos que presta serviço na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) Porto de Mós foi-lhe retirado o ficheiro e os próprios casos positivos [de COVID-19] não estão a ser acompanhados por esse médico. Temos um outro de baixa médica, que provavelmente será prolongada, e temos o coordenador que pediu renúncia à sua função», afirma. A somar a estes problemas, Porto de Mós debate-se ainda com um «défice de enfermeiros»: um reformou-se e o outro foi transferido para a Unidade de Saúde Familiar (USF) Novos Horizontes.
Este rol de situações, já levou, inclusive, o executivo a enviar um e-mail ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Pinhal Litoral – ARS Centro onde expôs todos estes constrangimentos mas para o qual «ainda não obteve resposta». «Estamos outra vez a entrar numa situação preocupante com ausência de respostas por parte da Saúde, que nos preocupa muito, uma vez que já não bastava a necessidade de alocarmos uma quantidade de profissionais de saúde para o centro de vacinação, que é prioritário, e estamos a ver que também as respostas aos ficheiros dos utentes começa, de novo, a ser posta em causa», desabafa. Entretanto, se nada for feito e a «ausência de respostas» continuar, o presidente da Câmara garante que irá pedir uma audiência com «carácter de urgência» ao Secretário de Estado da Saúde.