O presidente da Câmara de Porto de Mós foi um dos autarcas que marcou presença no passado dia 6 de outubro no parlamento, exigindo a construção de uma Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas (ETES) para acabar com a poluição no rio Lis e Lena. Foram também ouvidos os presidentes das câmaras municipais de Leiria, Batalha e Marinha Grande, assim como a Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres, o grupo Águas de Portugal e a Recilis–Tratamento e Valorização de Efluentes, numa Comissão de Agricultura e Mar da Assembleia da República, a requerimento do Bloco de Esquerda.
A O Portomosense, Jorge Vala, explicou que «a conclusão principal» desta comissão foi que é «fundamental que se avance para a construção de uma ETES» e este é um objetivo de todos os presentes, «independentemente das forças políticas». «Este é um projeto que está mais do que estudado, já esteve financiado e equacionado, já teve avanços e recuos. Este é o momento em que temos de deixar de continuar em reuniões e de apontar o dedo uns aos outros, quer a Governos anteriores, quer atuais e colocar no terreno aquilo que há tantos anos está no papel», salienta o presidente.
Os problemas de poluição na Bacia Hidrográfica estão relacionados com o setor da suinicultura, que ao longo dos anos tem feito descargas ilegais e que são recorrentemente relatadas. O autarca frisa que se está «a perder tempo»: «Entendemos que esta operação é urgente, sabermos a importância económica que tem o setor mas também sabemos o impacto ambiental que isto causa». Jorge Vala diz ainda que «a ETES tem um estudo associado que a torna sustentável, mas se eventualmente não for sustentável, os produtores e industriais terão de pagar uma tarifa para a tornar sustentável». «Breve passa uma geração e continuamos com o problema a agudizar-se», sublinha o autarca, lembrando que já se «perderam nove milhões de euros que foram devolvidos à União Europeia e que estavam disponíveis para a construção da ETES».
O presidente afirma que esta é «uma história com 15 anos» e que cada vez «que tem mudado o Governo, tem mudado a política e intenção» e por isso tem «dúvidas» dos avanços desta construção. Jorge Vala esteve também presente na Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais e referiu que «continua a ser muito vago e generalista». Os autarcas, dos quatro Municípios representados, expressaram no parlamento que «querem ser parte da solução» para não continuar «a viver com situações acima do limite».