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Azulejo pintado à mão reinventa-se em novos canais de distribuição

5 Junho 2020
Isidro Bento

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Isidro Bento

5 Jun, 2020

João Faustino, 56 anos, tem toda uma vida dedicada à Cerâmica. Começou como pintor de louça e desde há 28 anos dedica-se à azulejaria. Do seu ateliê na Cumeira de Cima (Juncal), saem todos os dias painéis de azulejo pintados à mão, a maioria para lojas de artesanato e de materiais de construção, do Algarve e da região Norte, embora venda para todo o país. Os seus trabalhos seguem também para países como França, Itália e Alemanha.
«Como 99% das pessoas que se dedicam a esta arte», foi na cerâmica que aprendeu a pintar e teve a sorte de ter como “mestres”, grandes pintores. «Os mais velhos não gostavam muito de ensinar e então tínhamos de estar muito atentos à forma como trabalhavam», diz com um sorriso nos lábios.

Da louça passou para o azulejo. Metade do seu percurso de vida foi feito nesta área e não se arrepende. Já enfrentou vários momentos difíceis que o obrigaram a reinventar-se mas nunca deixou de pintar azulejo à mão. Com a grave crise de 2008 a solução foi apostar mais no turismo mesmo que para isso tivesse de começar a fazer peças mais pequenas. Agora, «quando desde há dois anos, o mercado estava a dar bons sinais de retoma, veio a COVID-19 e as vendas para lojas caíram 99%», o que obrigou a colocar o foco na internet e no Facebook e «os resultados têm sido bastante bons».

O artesão tem pintado de tudo um pouco mas a paisagem e os monumentos estão no topo das suas preferências. Flores e figuras humanas são os motivos que considera mais difíceis, mas são precisamente as flores aquilo que mais lhe pedem, isso e árvores de fruto.

Quando perguntamos a João Faustino se um painel de azulejo pintado à mão é caro responde rápida e frontalmente: “Para o ordenado médio dos portugueses, é caro. No ateliê cada azulejo ronda os 4 a 5 euros. Se estivermos a falar de 20 são 100 euros e para muita gente 100 euros fazem diferença. Para os clientes estrangeiros é muito barato. Tenho vários a residir na região e nem sequer discutem o preço e quando faço feiras de artesanato lá fora, dizem-me que é barato». Apesar do preço não ser acessível a todas as carteiras, «encomendas é o que não falta», sublinha.

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