Há 215 anos que a Banda Recreativa Portomosense (BRP) anima as ruas e as festas do concelho e foi precisamente essa data que a coletividade se prestou a celebrar, no passado dia 6 de maio, com uma homenagem «aos sócios, diretores e executantes falecidos» no cemitério de Alvados e um concerto onde integraram quatro novos músicos na Banda Recreativa Portomosense. O que, de acordo com o presidente, Carlos Pascoal, é um recorde dos últimos 10 anos: «Tantos no mesmo ano, não, não me recordo», garante. Com dois séculos e 14 anos de história, a BRP tinha cerca de 25 músicos. Agora tem cerca de 30, após o Engravatamento («que os músicos recém-chegados participam sem gravata» neste primeiro concerto, explica o dirigente), com idades compreendidas entre os 11 e os 68 anos. E se os mais novos tiveram direito a uma celebração especial, durante o jantar realizou-se ainda outra cerimónia para «agraciar alguns dos músicos que completam cinco, 10 ou 20 anos de permanência na Banda, com uma pequena recordação para simbolizar a fidelidade deles». É, nas palavras de Carlos Pascoal, «a família da Banda», e daí que se tenham celebrado, em mais um aniversário, todos os atuais músicos e os que já partiram, primeiro, com uma missa em sua alma, depois, e sucedendo a romagem até ao cemitério de Alvados, com o descerramento, «com alguma emoção», de uma placa de homenagem aos membros já falecidos. Caso de David Ferreira, falecido em novembro passado e habitante precisamente da localidade de Alvados, e em cuja campa a Banda depositou uma coroa de flores. Também no sábado, a filha, Alice Ferreira, de 11 anos tornou-se uma das mais novas executantes da BRP, com a mesma idade de Mateus Carvalho e João Maria Santos.
Mais de dois séculos de música
O jantar-partilhado que sucedeu ao concerto (onde tiveram a colaboração do grupo Fatias Douradas), tal como as cerimónias religiosas, contou com «uma participação bastante grande da população». «Tivemos cerca de 100 pessoas a participar no concerto, foi uma celebração que superou muito as nossas expetativas inicias», revela Carlos Pascoal. Essa adesão, frisa, «é imprescindível ao processo de crescimento» da BRP, ao longo dos últimos 10 anos (de referir que o dirigente foi reeleito no início do mês de maio para um próximo mandato de dois anos) e ao longo dos últimos 215. Que «representam muito trabalho, representam muitas dificuldades, mas uma grande persistência e uma grande vontade de manter a banda ativa e renovada com gente nova». Dificuldades, diz, «há em todo o lado»: «Mas temos conseguido. É uma honra fazer parte de uma instituição com esta bonita idade».
Fotos | BRP