Arte urbana para todos os gostos. É isso que Tiago Martins, jovem nascido em Paris mas com origens na aldeia da Barrenta, tem trazido desde 2020 à aldeia das concertinas, ano em que estreou o seu irreverente projeto “Aldeia Artística”.
Esta iniciativa explica-se com facilidade: o intuito passa por espalhar pelas ruas e ruelas desta localidade portomosense obras de artistas vindas do estrangeiro. Este ano, o jovem lusodescendente contou com a ajuda de uma mão cheia de criadores e instalou, “pela calada”, de forma a surpreender os habitantes, 12 peças “em duro”, no passado dia 10 de agosto.
«A ideia das peças ‘em duro’ é que perdurem no tempo. Portanto, optámos pelos mosaicos e pelas esculturas. Algumas das peças que se colocaram em 2020 e 2021 (em 2022 houve um hiato) eram feitas em papel ou outros materiais menos resistentes às intempéries, pelo que se estragaram. Ainda assim, dessas podemos encontrar cerca de três dezenas de peças em perfeitas condições», esclarece o responsável ao nosso jornal.
A russo-alemã Alisa Kapran, o australiano Will Coles, a luxemburguesa Annelizza e os franceses Psico e SnailAway foram os “nomes” que este ano deram
o seu criativo contributo à “Aldeia Artística”. Todos eles foram contactados pelas redes sociais e «de imediato» aceitaram o desafio.
Para Tiago Martins, este projeto tem tido um saldo «muito positivo», não só «pela beleza diferente que se dá à Barrenta, como também ao facto de estar a atrair vários turistas que, de outra forma, possivelmente não chegavam a parar». Contudo, sente que «chegou a hora de reformular». «Para o ano comemoram-se os 20 anos da estátua “O Velho da Morada”, uma peça emblemática da aldeia, e gostaria de fazer algo em torno da estátua e da lenda a si associada. Estou já a trabalhar numa exposição com algumas obras, mas ainda é cedo para adiantar mais pormenores», referiu.
