A associação Casa do Mimo vai criar um Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI) na antiga escola primária do lugar de Vila Facaia, na Batalha. O projeto, aprovado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, irá contar com um investimento a fundo perdido de quase 620 mil euros para requalificar o edifício sob propriedade da Câmara Municipal, o que irá permitir «aumentar o número de utentes» sob os cuidados da instituição, e que se destina à população maior de idade e com deficiência. Segundo a presidente da associação, Cidália Silva, natural das Pedreiras, no concelho de Porto de Mós, a Casa do Mimo irá passar a ter assim capacidade para 25 utentes, mais seis que os atuais 19, além de que a obra permitirá «mais tarde estabelecer um protocolo com a Segurança Social».
Em causa está «um acordo de cooperação», feito pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), «em que as mensalidades [pagas pelos utentes] têm a comparticipação da tutela», explicou Cidália Silva – acordo esse que, quando o primeiro projeto apresentado pela Casa do Mimo para criar um CACI na antiga escola primária foi apresentado por conta própria, em 2021, ficaria inviável, dado que «o edificado não respondia de forma alguma aos requisitos que a legislação pede». «Portanto decidimos ir por este caminho, que era parar com as obras de requalificação, concorrer ao PRR, reestruturando», explicou. Essa reformulação recaiu sobre a empreitada adjudicada em junho do ano passado por cerca de 286 mil euros (acrescidos de IVA), e motivou a suspensão da obra por acordo mútuo entre o Município e o empreiteiro.
Para Cidália Silva, este acordo com a Segurança Social «dá sustentabilidade à Casa do Mimo», coisa que, nos moldes em que têm trabalhado «desde 2015, será muito difícil de manter». Além do aumento do número de utentes, a presidente aponta o aumento do número de técnicos, além dos programas de voluntariado atuais, como «uma mais-valia».
A empreitada vai agora a concurso público, embora ainda «não haja data nenhuma». O edifício atual, relembra Cidália Silva, é privado, pelo que ainda não estão a ser equacionadas possibilidades para o seu futuro. Contudo a presidente avançou ainda que, por parte da Casa do Mimo, a solução «passa sempre por eventualmente ver com a família (proprietária do edifício) a possibilidade de se criar ali outra resposta».