Luís Vieira Cruz

Bem-vindos a casa

17 Ago 2023

O mês de agosto está indelevelmente associado ao retorno dos nossos queridos familiares, amigos ou conhecidos que, por um motivo ou por outro, acabaram por assentar arraiais num país qualquer que não o nosso. Temos uma diáspora que é diferenciada das demais. Os “nossos” sentem mais a falta de casa do que quaisquer outros. Somos um povo que sente a tão afamada saudade daquilo que tão bem conhecemos, daquilo que faz com que sejamos exatamente aquilo que somos, independentemente do sítio onde nos encontramos, porque a verdade é que estamos demasiado agarrado às próprias raízes para nos deixarmos contagiar por inteiro pelas influências que apanhamos lá fora. Somos um povo que não se deixa conquistar, um povo que nunca esquece aquilo que é ser português e aquilo que é ser Portugal.

Nesta altura do ano, muitos dos nossos compatriotas já se fizeram à estrada. Boa parte deles já chegou, mas há sempre quem esteja ainda a tratar de todos os detalhes para partir em direção à terra onde nasceu.

O nosso verão por si só já é sinónimo de festas, de sol, de agitação… Mas com a chegada dos nossos emigrantes ganhamos todos uma nova vida neste concelho. Quem não tem um pai, um avô, um tio ou um primo lá fora…? Foi esta a pergunta que deu o mote para o suplemento desta que é a 1003.ª edição d’O Portomosense, “Meu Querido Mês de Agosto”.

Pelas ruas da freguesia perguntámos a quem vimos o que não pode faltar quando se chega ou se está durante uns dias em Portugal e interpelámos comerciantes para melhor entender o impacto socioeconómico das nossas comunidades aquando da sua estadia. E como tradição é tradição, tentámos perceber a importância quase que umbilical da música popular que anima as nossas festividades por estes dias, um estilo do qual a nossa diáspora é embaixadora nos quatro cantos do mundo e que recusa deixar morrer.

O Portomosense deseja a todos os seus assinantes oriundos das comunidades uma excelente estadia neste período de férias e um seguro regresso a casa.