Bispo garante que Unidades Pastorais foram bastante discutidas

29 Agosto 2024

Isidro Bento

Com a criação das Unidades Pastorais (UP), «as paróquias não desaparecem nem perdem importância. Pelo contrário, é fundamental (até pela diminuição do número de sacerdotes) que se criem em cada paróquia os ministérios e serviços que assegurem a vitalidade e a força missionária, em comunhão responsável com os sacerdotes e em articulação com as outras paróquias da UP», afirma o bispo da diocese Leiria-Fátima, em comunicado, a propósito da criação das UP, processo atualmente em curso e que vai ter a sua primeira experiência, a partir de setembro, com a implementação das UP de Marrazes e de Ourém.

De acordo com o responsável máximo da Igreja Diocesana, «os tempos de profunda transformação social, espiritual e cultural em que vivemos, requerem de nós modos novos de pensar, viver e agir, para sermos fiéis à fé que recebemos» e isso passa, entre outras, por «uma atitude de abertura e disponibilidade para acolher e participar ativamente na vida e missão das nossas comunidades, cada um segundo a graça e os dons recebidos». 

Dito de outra forma, a Igreja está a procurar renovar-se e fortalecer-se, no sentido de uma maior participação e envolvimento de todos os cristãos, nomeadamente os leigos. Deste modo, pretende-se que se envolvam cada vez mais nas tarefas próprias da Igreja assumindo funções de catequistas, ministros da comunhão, acólitos, coralistas, elementos dos conselhos pastorais e económicos, como parte integrante da renovação pastoral, numa hierarquia cada vez mais horizontal e próxima. 

De acordo com D. José Ornelas, «o esquema e o mapa da reorganização pastoral da Diocese – 73 Paróquias, 17 Unidades Pastorais e 7 Vigararias – são fruto de um caminho bastante discutido e avaliado, que foi crescendo em consenso ao longo de mais de um ano, com o contributo dos sacerdotes que servem as comunidades e dos leigos que participaram no processo, a partir das suas paróquias e vigararias».

“Organização poderá ser retocada”

«É o enquadramento territorial do caminho sinodal em curso, que deve servir para motivar e coordenar as atitudes de comunhão, missão e participação ativa de cada um, segundo o chamamento que Deus lhe dirige. No futuro, se a experiência se revelar útil e conveniente, a organização pode ser retocada e melhorada. Neste momento, comecemos por empenhar-nos em dar-lhe vida, acolhendo a voz do Senhor que nos chama a trabalhar na sua seara», desafia o bispo diocesano.

D. José Ornelas diz-se «bem ciente das legítimas expectativas que ao longo do processo de reflexão se foram criando, quer nas comunidades, quer nos membros do Presbitério, que desejariam soluções mais imediatas» e garante que «esses apelos não ficam esquecidos». Por outro lado, diz, «tratando-se de uma realidade nova, em muitos aspetos, é necessário ter tempo para esclarecer dúvidas, atender às dificuldades que cria a mudança, para encontrar soluções partilhadas e realmente transformadoras».

«Não perdemos de vista os objetivos que nos movem, mas avançamos nessa direção sem queimar etapas», sublinha o responsável que na parte final do seu comunicado explica que às nomeações de padres para as duas primeiras UP se vão juntar outras para «acudir às necessidades das paróquias», mas tendo já em vista a constituição de mais UP, pelo que agradece e pede «a compreensão e colaboração de todos os intervenientes e das comunidades, nesta fase de transição».

Foto | Paróquia de Porto de Mós

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