A Blocotelha, sediada em São Jorge, anunciou no dia 31 de julho, através de um comunicado enviado para a nossa redação, a sua participação naquela que será a última fase do projeto de construção do Internacional Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), que vai consistir na finalização de alguns edifícios pelos quais a empresa se encontra responsável e pela construção de três pontes. A conclusão está prevista para antes do final deste ano. Este projeto, que teve início em 2020 para esta empresa, foi adjudicado por um valor superior a 15 milhões de euros e visa fornecer e montar mais de duas mil toneladas de estruturas metálicas, 11 mil metros quadrados de coberturas e 17 mil metros quadrados de revestimentos.
O ITER está a ser construído em Saint-Paul-lès-Durance, no sul de França, e conta com a colaboração de 35 países. O objetivo é construir o maior Tokamak do mundo, um dispositivo de fusão magnética para provar a viabilidade da fusão como fonte de energia em larga escala e livre de carbono, com base no mesmo princípio que alimenta as estrelas e o sol.
A empresa de Porto de Mós conta com uma vintena de profissionais alocados ao projeto, fornecendo e montando as estruturas metálicas, revestimentos e coberturas de quatro edifícios e três pontes. Sofia Filipe, responsável de qualidade e coordenadora de soldadura da empresa, afirma que esta construção «apresenta diversos desafios técnicos significativos», fazendo com que este projeto exija um «planeamento detalhado», uma «coordenação eficiente entre equipas multidisciplinares» e uma capacidade de resolução de problemas «em tempo real». Além disso, destaca a grande exigência desta obra a nível «da qualidade e da segurança».
Já Erico Ferraria, chief commercial officer, reconhece que o ITER é «um grande desafio», mas ao mesmo tempo «gratificante » devido à possibilidade de trabalhar «com peritos de todo o mundo» para algo que irá ter um impacto bastante «significativo no futuro da energia e no mundo».
Desenvolvido pela primeira vez no final dos anos 1950, o Tokamak é v isto como a configuração mais promissora do dispositivo de fusão magnética a nível mundial. O ITER vai ser o maior Tokamak do mundo, tendo o dobro do tamanho da maior máquina atualmente em operação e um volume de câmara de plasma dez vezes maior. A Europa é a maior responsável dos custos de construção do ITER com 45,6% do valor, estando o restante dividido igualmente por China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Rússia e Estados Unidos.