O dia não era de aniversário mas foi como se fosse. Trinta e quatro anos após a inauguração do seu quartel, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós viveu outro momento festivo de relevo ao inaugurar as obras de requalificação levadas a cabo naquele mesmo espaço, num investimento superior a meio milhão de euros.
Lá diz o ditado que “quem não tem cão, caça com gato” e foi isso que fez a associação. Sem dinheiro para se lançar no (muito) dispendioso e ambicionado projeto de construção de um novo quartel-sede, e sem garantias de conseguir reunir em tempo útil os apoios públicos e privados necessários para se lançar, com alguma segurança, numa empreitada desta monta, a direção presidida por António José Ferreira optou por uma solução mais barata e m ais rápida: reinventar o espaço procurando dar-lhe maior funcionalidade. O arquiteto portomosense, João Neto, ficou com a responsabilidade de idealizar a melhor forma de o fazer, enquanto o dinheiro chegou fruto de uma candidatura a fundos comunitários no âmbito do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) [306 800 euros] do apoio da Câmara Municipal [60 mil euros] e da ajuda de mecenas locais.
Tal como explicou no decorrer da cerimónia o vogal da comissão diretiva do POSEUR, José Marques Guedes, «o investimento incorpora um conjunto de intervenções para melhorar as capacidades operacionais do quartel, com uma significativa reafetação das áreas ajustando o edifício às necessidades efetivas, desde logo como intervenções várias visando melhorar o desempenho energético; intervenção nas coberturas, reorganização dos espaços destinados a equipamentos ligeiros e EPI´s; reformulação das camaratas e balneários e ampliação e reformulação das garagens e parque de viaturas».
Para assinalar condignamente a inauguração do espaço, bombeiros e Câmara deram as mãos na organização de uma cerimónia com pompa e circunstância até porque estava prometida, primeiro, a presença do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e depois, por impedimento deste, o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, mas nem um nem outro compareceram, o que causou indignação dos responsáveis da associação.
Assim, e à última hora, o programa ficou mais curto mas mesmo assim as duas entidades fizeram questão que tivesse a mesma dignidade. A primeira etapa teve lugar junto ao edifício dos Paços de Concelho. Depois de passar em revista a força em parada, o presidente da Câmara, Jorge Vala, fez a entrega simbólica ao presidente e ao comandante de cada um dos três corpos de bombeiros do concelho, de equipamentos de proteção individual para os seus bombeiros. Foi anunciada, ainda, a oferta de um compressor para enchimento de garrafas de ar respirável que ficará instalado na sede de concelho mas que se destina às três corporações, tudo num investimento de 40 mil euros.
De seguida, bombeiros e viaturas desfilaram pela Avenida da Liberdade ao som da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, seguindo-se a cerimónia de inauguração e a bênção das instalações pelo padre José Marques dos Reis. Descerrada a lápide comemorativa por António José Ferreira e Jorge Vala, foi feita uma visita às instalações. O dia de festa continuou com a habitual sessão solene, realizou-se a seguir a bênção de uma nova viatura apadrinhada pela Caixa de Crédito Agrícola de Porto de Mós e culminou num almoço-convívio oferecido às entidades presentes e convidados.
ISIDRO BENTO | texto e fotos