Tudo começou há 20 anos, quando um grupo de “meia-dúzia de ciclistas” se reuniu e começou a chamar outros amantes de todo o terreno para calcorrear, sobre duas rodas, os trilhos de Arrimal e arredores. Hoje, aqueles passeios viraram uma prova que se chama BTT Arco da Memória e que atrai anualmente centenas de praticantes, com maior ou menor experiência nestas andanças, a esta zona limítrofe do município de Porto de Mós.
Para um dos elementos da secção de ciclismo/BTT Morcegos do CCRD Arrimal – a entidade organizadora -, Rui Durão, «é a adesão dos ciclistas que faz a dimensão dos eventos», e os 330 que apareceram no dia, apesar das condições meteorológicas menos convidativas, fizeram com que o certame, por si considerado como «um dos maiores eventos desportivos do concelho», tenha sido «um sucesso, um evento onde correu praticamente tudo bem e que terminou com um balanço bastante positivo», declarou a O Portomosense.
A prova dividiu-se em dois percursos, um Mini-Raid de 30 quilómetros e um Raid de 55. O mais curto foi ganho por Tomás Frazão (GUILHABREU MTB TEAM), primeiro classificado da Geral com 01:23:44; ao passo que Cláudio Soares (Núcleo Cicloturismo de Alcanena) venceu na vertente elétrica com um tempo de 01:26:15. Já a Geral da prova mais longa acabou dominada por Francisco Figueiredo (RÓÓDINHAS/Master Vantagem), que concluiu o traçado em 02:31:03, e por Filipe Mauro Santos Martins (AFC), nas e-bikes, em 02:14:57.
A intenção de dividir a prova em dois percursos é só uma, incluir: «O nosso objetivo é fazer com que o atleta que anda muito e o que anda pouco venham aqui. Alguns vêm mesmo só para se divertir e para o almoço, este último que é mais um ex-libris da organização, e apesar do percurso se tratar de uma competição, é uma competição pouco séria, diria eu. Os ciclistas não se importam se ficam em primeiro ou em segundo, ninguém se chateia por causa disso. É uma prova com muito convívio mas que apresenta também um “rebuçado” de competição», explicou o porta-voz.
Mas para além de organizadores e atletas, também a população «vibra» com esta iniciativa, uma «força extra» que faz com que haja vontade de continuar, diz. Quando questionado sobre a 21.ª edição, Rui Durão não a confirma, mas também não esconde o desejo de a ajudar a fazer acontecer. «Esta vigésima edição foi realmente especial porque ultimamente temos vindo novamente a crescer, mas como em todas as provas há sempre “aquela coisa” de se pensar que “para o ano se calhar já não há”. Mas tem havido muita adesão, até por quem é do Arrimal e não anda de bicicleta. Todos vibramos com o evento». É precisamente este «clima de festa», considera, que faz com que uma centena de pessoas se reúnam «para ajudar no que podem».
Nesta 20.ª edição, que diz ter deixado «toda a gente de coração cheio», Rui Durão lamenta apenas «a pouca relevância que algumas entidades dão a um grupo que começou com meia-dúzia de ciclistas e que tem batalhado durante estes anos. Este evento acaba por ser o resultado da nossa persistência e da qualidade do trabalho dos Morcegos e do Arrimal», considerou.
Foto | CCRD Arrimal/Morcegos