Cabeça Veada recebeu 36.º Festival de Folclore

1 Agosto 2024

Juliana Santos

Cabeça Veada esteve em festa de 27 a 28 de julho, celebrando o 48.º aniversário da Sociedade Recreativa, tal como o 38.º aniversário do seu Rancho que, por sua vez, abrilhantou os festejos da aldeia no domingo (28 julho) no 36.º Festival de Folclore. Como convidados estiveram presentes ranchos que são já «amizades de longa data», segundo a presidente do Rancho Folclórico de Cabeça Veada, Lara Branco. Durante a tarde, atuaram a Associação Grupo Etnográfico Os Pescadores do Castelo (Matosinhos), o Rancho Folclórico da Boidobra (Covilhã) e o Grupo Folclórico Crastovães (Águeda).

«O pessoal fundador ajuda-nos muito nesse intercâmbio que há entre essas permutas que fazemos. São grupos que já conhecemos há muito tempo e é assim que surgem, tentamos trazer também um bocadinho de todo o lado para ter um pouco de cada cultura», assenta.

festival folclore | Jornal O Portomosense

Para a responsável, a qualidade dos grupos e as condições meteorológicas favoráveis foram sinónimo de um dia feliz que «correu muito bem».

Este ano, o palco, decorado com elementos alusivos a tempos que já não voltam, recebeu uma novidade, a recriação de um costume particular do campo, mas especialmente das gentes da serra. «Foi a primeira vez que fizemos, joeirar o alecrim e batê-lo. Tivemos duas pessoas a representar. O alecrim já estava seco numa eira e é batido para cair a sama e depois uma pessoa vai joeirá-lo que é para a folhinha cair e ficam os paus, que não servem, em cima da joeira para fazer a separação e para depois ir para dentro das sacas», explica Lara Branco.

A importância do Festival é frisada pela presidente que acredita no valor cultural que este preserva e recorda através da «representação do que eram as nossas aldeias antigamente». «Acho que para toda a região portomosense e serrana é fundamental isto não acabar e as pessoas assistirem porque vamos sempre melhorando», defende.

festival folclore III | Jornal O Portomosense

Porque honrar o passado não discrimina qualquer faixa etária, o Rancho Folclórico de Cabeça Veada consegue atrair «muitos jovens», o que para Lara Branco é um fenómeno raro. «Temos muita gente com menos de 30 anos, e em ranchos é muito raro ver gente tão nova», refere.

A explicação? O gosto pelo rancho nasce, muitas vezes, através dos vínculos afetivos e o sentimento acaba por crescer, compondo esta outra “família”.

«Muitos são filhos dos que já cá andam e nascem aqui, acabam por continuar. E depois os amigos dos filhos acabam por gostar do convívio e vêm atrás. E andam, tocam ou dançam conforme o que eles gostarem mais», revela.

Em 2024, o rancho que não sai do continente «há 11 anos» tem novos planos e vai poder fundir a sua cultura com os Açores num festival que acontece na Ilha do Pico. «Acho que é como uma recompensa que damos a quem perde tanto tempo com o rancho, levá-los a passear um bocadinho e acabamos também por conhecer muito», explica Lara Branco.

Assinaturas

Torne-se assinante do jornal da sua terra por apenas:
Portugal 19€, Europa 31€e Resto do Mundo 39€

Primeira Página
Capa da edição mais recente d’O Portomosense. Clique na imagem para ampliar ou aqui para efetuar assinatura