Pai e filho, Ivo Mota e Taylor Carreira, são agora, respetivamente, campeão nacional e vice-campeão de muay thai, após os títulos conquistados no passado dia 15 de outubro em Alenquer. O Pavilhão Municipal dessa vila lisboeta recebeu o Campeonato Nacional de Muay Thai e os dois portomosenses subiram ao pódio dos respetivos escalões, Sénior -71 quilogramas no caso de Ivo Mota, Cadete -27 quilogramas no caso do mais novo, em estreia nas lides da competição amadora.
Ao nosso jornal, Ivo Mota, de 29 anos, fala de um momento «muito feliz, principalmente pelo trabalho feito [ao longo do ano] ter sido demonstrado». Esta foi a segunda vez que o atleta participou na prova, apesar de só ter começado a prática da modalidade «há coisa de um ano e meio». Em 2022 perdeu na semifinal contra o futuro campeão dessa edição; em 2023, «embora houvesse nervos», Ivo Mota já «ia com o foco máximo»: «Entrei lá a saber que era meu, que ia levar a medalha e levar esse prémio». Dito e feito. Com a vitória no bolso, Ivo Mota recorda o caminho difícil que teve de trilhar: desde as quatro horas diárias de treino, do muay thay, ao jiu-jítsu, passando pelo boxe, e não só no desporto de combate em si, mas também na vertente da força e da condição física, tendo para isso uma equipa com diferentes treinadores, com o grande desafio de manter uma nutrição ideal à mistura. Um caminho que ainda não acabou, já que o objetivo agora é a profissionalização, não exclusivamente no muay thay, mas na modalidade de MMA (Mixed Martial Arts ou artes marciais mistas), que engloba um conjunto das váris disciplinas de luta e que, diz, «vai ser nos próximos anos um desporto que crescerá de uma forma brutal». Ainda à procura de patrocinadores, a preparação já começou, com muitos treinos, para atacar 2025, quando voltar ao combate, em força.
Jovem “guerreiro” conquista segundo posto
Estreou-se este ano e trouxe para Porto de Mós um segundo lugar a nível nacional. Taylor Carreira é, nas palavras do pai, «um guerreiro com uma garra imensa». E não foi por influência de Ivo Mota que o jovem começou a praticar a modalidade: «Confesso que não é qualquer um que sobe ao ringue e não queria forçá-lo [o filho] a fazer algo que ele não quisesse, mas ele quis, tem mesmo gosto por aquilo e saiu do Campeonato a dizer que queria ir à Taça de Portugal», conta. E, embora o ringue não seja para qualquer um, o tatame é, e tudo o que advém da prática da modalidade: «Disciplina, consistência, tira-te da zona de conforto, [o que] é fabuloso, e a criação de laços, embora andemos lá todos “à batatada”, criamos laços de entreajuda, de companheirismo», frisa.
Foto| DR