Carlos Amado foi reeleito na presidência do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Leiria (AFL), partindo assim para o segundo mandato. Natural de Serro Ventoso, o dirigente explica que o seu percurso no «mundo do futebol» surgiu há muitos anos, como jogador e também como diretor de um clube. Uma lesão afastou-o das chuteiras, mas não do futebol, ao qual continuou a estar ligado através da arbitragem.
Carlos Amado decidiu tirar o curso de árbitro e esteve mais de 20 anos nesta atividade, dois dos quais no futebol profissional e vários nas distritais da AFL. Foi também presidente do Núcleo de Ábitros de Futebol de Porto de Mós (NAFPM), do qual fez parte da equipa fundadora. Esta ligação de vários anos à arbitragem levou a que fosse convidado para ser presidente do Conselho de Arbitragem da AFL.
Em conversa com O Portomosense, Carlos Amado fez um balanço dos primeiros anos neste cargo. Apesar de considerar a arbitragem um «projeto inacabado», entre as metas conseguidas estão as melhorias «nas condições financeiras dos árbitros, que foram atualizadas duas vezes». Houve também avanços na «oferta formativa», embora, reconheça o presidente, seja difícil «reter os jovens na atividade» devido às ocupações paralelas que existem. A AFL tem uma academia de arbitragem, com um departamento específico para o recrutamento que tem tentado «combater a falta de novos árbitros», tentando chegar de formas costumizadas aos jovens, através «das redes sociais» e com divulgação multimédia de árbitros reconhecidos da AFL.
Os árbitros são «incompreendidos» em Portugal, profissão que é «muito escrutinada» nos meios de comunicação social, num «clima de suspeição constante». Esta «imagem da arbitragem» é também um dos entraves encontrados no «recrutamento». Por isso, «uma das missões» que Carlos Amado quer cumprir é «inverter o sentido que a arbitragem» tem atualmente. Ainda assim, no «contexto nacional», o dirigente considera que a AFL está «bem em termos de representatividade» com «dois árbitros principais internacionais» e árbitros «assistentes na primeira categoria do futebol profissional».
Porto de Mós e a ligação à arbitragem
O concelho de Porto de Mós «tem alguma escola e tradição no dirigismo» da AFL, explica Carlos Amado. Da sua equipa atual faz parte José Luís Costa, presidente do Centro Cultural Recreativo e Desportivo do Arrimal.
Carlos Amado teve um papel importante, já mencionado, no NAFPM. Este papel não foi esquecido no momento em que a Associação Portuguesa de Árbitros Profissionais fez 40 anos. O NAFPM aproveitou a ocasião para homenagear Carlos Amado pelo trabalho desenvolvido no progresso da atividade.
O presidente deixou uma mensagem lembrando que a tradição de Porto de Mós nesta área deve ser aproveitada. Para quem está ligado ao futebol e não pode ser jogador, a arbitragem «é uma via», para a qual o «NAFPM» está habilitado a «ajudar e dar formação».