Casais de Matos vence Orçamento Participativo

6 Dezembro 2024

Isidro Bento

O projeto Parque do Cruzeiro dos Casais de Matos, na Calvaria de Cima, foi o grande vencedor da edição deste ano do Orçamento Participativo (OP) de Porto de Mós.

A ideia que pela criação, no centro da localidade, junto ao cruzeiro, de uma área de lazer ao ar livre com uma torre multiatividades para crianças, parque para piqueniques em família, zonas de descanso, bancos e estacionamento, foi a mais votada, tendo arrecadado 430 votos. De acordo com o seu proponente, Simão Carreira, o objetivo é criar um espaço que una famílias, promova a atividade ao ar livre e valorize o centro da localidade de Casais de Matos.

Aquando do anúncio do vencedor, Simão Carreira agradeceu a todos os que ajudaram a delinear o projeto e a todos aqueles que, votando, o ajudaram a levar à vitória.

Em segundo lugar ficou outro projeto oriundo da mesma freguesia: o Ringue Polidesportivo da Calvaria de Cima. Obteve 346 votos. Os projetos Parque de Merendas de S. Miguel do Peral (303 votos) e Campo de Padel e Requalificação da Zona Envolvente do Pavilhão Municipal (295), ambos do Juncal, ficaram, respetivamente, na terceira e quarta posição. A fechar, o projeto da Lomba de Redução de Velocidade de Valongo (Alqueidão da Serra) classificou-se em quinto lugar (140 pontos) e o sexto e último classificado foi o da Requalificação da Entrada da Rua das Quintas, na Corredoura (134 votos). 

Recorde-se que o Município reserva, para a execução do projeto vencedor, 100 mil euros.

Obra para os da terra e para os de fora

A revelação do projeto que ganhou este ano teve lugar, como é já habitual, no decorrer da cerimónia de inauguração da obra que resultou do OP do ano passado, neste caso, a requalificação do arruamento do CCR Dom Fuas, na Fonte do Oleiro, que teve como proponente Alexandre Inácio, o atual presidente do clube.

Na altura, o presidente da Junta de Freguesia de Porto de Mós, Manuel Barroso, explicou que «além do que previa o OP» há ali «muita obra à volta que nasce nesse âmbito mas não é do OP» mas, sim, da responsabilidade da Junta. De acordo com o autarca, «era uma coisa que já vinha a ser pedida e discutida há muito tempo» e que agora, à boleia do OP, foi, finalmente, possível levar a cabo. Manuel Barroso agradeceu, por isso, ao presidente da Câmara, às duas técnicas do Município que acompanharam a obra mais de perto e ao arquiteto André Ferreira, o autor do projeto. No seu entender, «a obra está bonita e bem feita», embora «não ao gosto de todos porque nunca se faz tudo que agrade a toda a gente», sublinhou. 

De qualquer forma, «foi feita com o esforço de todos», disse, agradecendo ainda aos proprietários dos terrenos contíguos pela cedência de algumas faixas, o que permitiu fazer o alargamento da via e construir muros, ou seja, deixar «tudo arranjadinho», beneficiando os próprios e a comunidade em geral.

«Esta obra é para os da Fonte do Oleiro, da Ribeira de Baixo e da Fonte dos Marcos, mas também para aqueles que passam cá todos os dias. Fizemos como fazemos sempre, com esforço e com carinho e a pensar em todos, mas se alguém não gostar, paciência, já está feita», concluiu, bem disposto.

Interveio a seguir Alexandre Inácio, que começou por explicar que a intervenção levada a cabo agora no âmbito do OP já era sonhada e pedida por ele e pelas sucessivas equipas «há mais de 15 anos». Pretendia-se, então, alargar a rua de acesso ao clube, nomeadamente, por forma a permitir que os autocarros das equipas visitantes ou da Câmara pudessem parar à porta. E como nalgumas zonas já estava a ceder, interessava também reforçá-la, disse.

Alexandre Inácio reconheceu que os 100 mil euros do OP não seriam suficientes para pagar todos os melhoramentos que ali foram feitos, mostrando-se, por isso, grato aos presidentes da Câmara e da Junta de Freguesia, Jorge Vala e Manuel Barroso, respetivamente. O proponente do projeto agradeceu, ainda, às pessoas que cederam terrenos para a realização da obra e também àquelas que em 2023 votaram nele, o que fez com que a intervenção tão ambicionada fosse, finalmente, levada a cabo.

«É um orgulho imenso ter aqui este monumento e esta obra aqui à entrada do nosso clube. Agradeço também ao arquiteto André Ferreira que fez este projeto espetacular, ao empreiteiro que também abraçou a obra e à minha Direção. Grosso modo, acho que a obra está bem feita, com os alargamentos ficou espetacular e a Fonte do Oleiro tem agora outra cara. É claro que nem sempre se agrada a todos mas de uma forma geral acho que devemos estar muito satisfeitos», reconheceu.

Orcamento Participativo 2024 2 | Jornal O Portomosense

OP é bairrismo, querer e envolvimento

A terminar a sessão de divulgação do vencedor do OP deste ano e de inauguração do projeto que ganhou no ano passado, o presidente da Câmara, Jorge Vala, confessou-se muito satisfeito por estar a inaugurar, na dupla qualidade de autarca e de filho da terra, uma obra importante para a Fonte do Oleiro. Tal como já o tinha feito Manuel Barroso, recordou que graças a um esforço conjunto da Câmara e da Junta foi possível ir mais além do que aquilo que estava previsto no OP.

«O Orçamento Participativo é isto mesmo. É a possibilidade das comunidades poderem participar com obras que entendam ser importantes para as pessoas e que, eventualmente, as juntas e a Câmara, não têm previstas para serem executada. Foi o caso desta», frisou, aproveitando para dar os parabéns a Alexandre Inácio e a Manuel Barroso.

Jorge Vala aproveitou para felicitar Simão Carreira pela vitória este ano, destacando que o mérito é também de todas as pessoas dos Casais de Matos e da Calvaria de Cima que se envolveram e votaram no projeto. «Só assim se pode ganhar: Com bairrismo, vontade, querer e envolvimento dos habitantes locais», destacou.

À margem da sessão, Jorge Vala disse aos jornalistas que a obra realizada na Fonte do Oleiro ronda os 150 mil euros. Olhando para trás, o autarca faz um balanço positivo do OP desde que foi implementado pela primeira vez no concelho. Destaca como positivo o facto de já ter havido candidaturas de todas as freguesias, no entanto, confessa que gostaria de ver muito mais gente a votar.

Fotos | Isidro Bento

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