Na última Assembleia Municipal, o presidente da Câmara, Jorge Vala foi questionado sobre o caso de uma menina de dois anos que ficou esquecida durante oito horas dentro da carrinha de transporte escolar do Centro Paroquial de Assistência do Juncal (CPAJ) tendo o autarca reconhecido que «o caso é grave», manifestando, contudo, a sua convicção de que «será uma situação pontual».
«Nós interpretamos que foi uma situação pontual, mas grave e não podemos deixar de afirmar que é uma situação grave, ao ponto de três entidades a comunicarem ao Ministério Público: o próprio CPAJ, a GNR e a Segurança Social», adiantou em resposta ao deputado Mário Cruz (AJSIM).
Apesar de reconhecer a gravidade da situação, o autarca realça o facto da instituição ser credível e «ter merecido sempre a confiança do Município ao ponto de ser sua parceira».
Jorge Vala, admite, contudo, que a primeira reação do CPAJ possa não ter sido a mais adequada: «Aquilo que a instituição fez na sua boa vontade, de achar que estava a fazer bem, se calhar cometeu naquele imediato, algum erro», afirmou.
O autarca espera «que a justiça funcione e que sejam apurados os factos», e que isso «não ponha em causa o futuro da instituição». «O CPAJ tem um projeto aprovado para ampliação da creche para mais 50 crianças, ficando com uma estrutura para servir 90 crianças e se assim é, é porque os técnicos das várias entidades que validaram o projeto, e não são poucos, entenderam que o histórico da instituição e a forma de abordar este trabalho é sério e comprovadamente qualificado», explicou o presidente da Câmara, frisando que seria «um drama para a instituição mas também para aquele território e para a vila do Juncal» se o processo de ampliação da creche sofresse algum revés na sequência deste caso.
Jorge Vala adiantou que Câmara e CPAJ têm tido contactos regulares e que chegou a estar agendada uma reunião formal mas entretanto foi cancelada porque nesse mesmo dia a instituição foi visitada por técnicos da Segurança Social. «Aquelas pessoas ficaram de rastos, os diretores e os próprios funcionários, porque podia ter acontecido uma tragédia e como a instituição não se demitiu da sua responsabilidade e foi ela própria que comunicou os factos ao Ministério Público, entendo que devemos seguir a situação, mas sem estar sempre a bater no mesmo», assumiu Vala.