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Casos de monos e monstros largados indevidamente pelo concelho sucedem-se

29 Agosto 2024
Jéssica Silva

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Jéssica Silva

29 Ago, 2024

É um problema que teima em não desaparecer. Praticamente todas as semanas damos conta de mais uns quantos monos e/ou monstros largados indevidamente junto a contentores do lixo ou noutros locais inapropriados. O vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Eduardo Amaral, confirma que ao Município têm chegado algumas queixas relativas à colocação indevida de resíduos junto a contentores que, pela sua localização, se tornam “mais apetecíveis”. «São normalmente aqueles que estão à beira da estrada, numa zona de passagem. Temos alguns relatos de viaturas que nem são do concelho que vêm com os taipais cheios de lixo que vão largando nos nossos contentores. São situações bastante desagradáveis», revela. 

Por outro lado, há casos em que as pessoas decidem depositar estes artigos, em locais recônditos, onde muitas vezes não passa ninguém, para que aí fiquem esquecidos. «Temos muitas freguesias onde esses resíduos são abandonados nos pinhais. Encontramos frigoríficos, colchões, restos de obra…», afirma. Eduardo Amaral garante que o Município quando tem conhecimento dessas situações, encaminha para a secção de Ambiente da Guarda Nacional Republicana (GNR) e revela que, em alguns casos, deram origem ao levantamento de autos de contraordenação. Se algum dia também se deparar com alguma situação anómala, que envolva o abandono ou a deposição deste tipo de artigos em locais impróprios saiba que pode fazer uma denúncia para a linha SOS Ambiente e Território, do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, através do número 808 200 520 que está disponível 24 horas por dia, durante todo o ano. 

O Município, juntamente com a Rodolixo, a empresa responsável pela gestão dos resíduos no concelho, disponibiliza, à distância de uma chamada, um serviço para que seja feito um pedido de recolha desses objetos de grandes dimensões (sejam monos, monstros ou verdes), de forma completamente gratuita. Assim, e como nunca é de mais lembrar, caso se queira desfazer de algum artigo de grandes dimensões, deverá ligar para o número 935 655 294 e combinar com a empresa a respetiva recolha do mesmo. «É um contacto direto para evitar que as pessoas abandonem esses monos. É um atendimento personalizado, em que a pessoa liga, diz o que é que tem e eles combinam o dia em que passam para recolher», explica. Apesar da simplicidade do serviço, nem por isso as pessoas se inibem de largar esse tipo de coisas. «Temos pessoas a deitar detritos de obras, peças de automóveis dentro dos caixotes…», lamenta.

Urgência não é desculpa

Eduardo Amaral afirma que a empresa tanto «recolhe à porta da pessoa em questão, como no sítio acordado» mas que «tudo depende do peso do mono que a pessoa se quer desfazer». É por isso que sublinha a necessidade de se contactar a empresa, para que esta consiga reunir os meios necessários para a recolha de determinado mono/monstro: «Umas vezes é possível uma pessoa agarrar e pôr, e outras vezes têm que ir quatro pessoas porque são objetos mais pesados. Por isso é que é importante a empresa saber o tipo de mono que a pessoa quer entregar para saber quais são os recursos necessários e o tipo de viatura necessária». No caso de haver um contacto por parte de alguém e os «serviços não derem essa resposta» o vereador explica o que se deve fazer: «A pessoa reclama para a Câmara que aciona o que tem a acionar, como tem feito noutras situações, que não estão a ser corretas.  Todos nós pagamos para que o serviço esteja feito», lembra.

Questionámos o vereador sobre se a razão para continuarmos a assistir a este tipo de situações se deve à ideia de que as pessoas possam ter de que este é um serviço moroso e, que, em alguns casos, a urgência em desfazerem-se de determinado objeto pode levar a que tenham esse tipo de atitude mas Eduardo Amaral considera que esta não é uma justificação plausível e defende que haja «um planeamento»: «Se alguém pensar em fazer obras em casa, deve pensar o que deve fazer ao que lá tem e que lhe estorva. Se vai começar na próxima semana, esta semana liga para saber quando é que a empresa poderá fazer essa recolha. Tudo tem uma planificação». 

Problema está na “falta de consciência coletiva” 

Mas, afinal, se a informação supostamente já é sobejamente conhecida, o que ainda continua a faltar para que situações como as que temos assistido não se repitam? Para o vereador com o pelouro do Ambiente o problema não está na ausência de informação mas sim na «falta de consciência coletiva» que «tudo o que se põe na rua é uma lacuna para todos os outros que partilham o mesmo espaço – o espaço público». «A partir do momento em que se manda para a rua, para nos desfazermos do que temos em casa, sem dizer a ninguém o que vamos lá pôr, estamos a entrar no espaço da comunidade», sublinha. 

Além da ausência de uma consciência coletiva, Eduardo Amaral acredita que está também a faltar «uma sensibilização de todos os segmentos da população. Além de que, lembra, todos estes lixos «são tratados de forma diferente». «Quanto maior for o nosso empenho nessa seletividade, mais fácil é todo o processo de recolha e de tratamento nos locais próprios», refere. É por isso que, perante estas situações que se têm sucedido no concelho, o também vice-presidente da Câmara reforça o apelo a uma maior «sensibilização» por parte da população: «O sítio onde habitamos é de toda uma comunidade. Não é justo que uns se esqueçam dos outros. É importante as pessoas começarem a tomar consciência que se conseguirmos todos trabalhar melhor em torno da recolha seletiva e deste tipo de equipamentos, certamente iremos ter um planeta melhor, em termos de vivência», conclui. 

Foto | Luís Vieira Cruz

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