“Um dia muito especial”, “um dia feliz”, “o dia mais aguardado”. As expressões usadas nos discursos informais foram várias mas todas a apontar no mesmo sentido: O dia 26 de novembro de 2024, data em que foi assinado o contrato da empreitada de construção da sede do Centro de Apoio Social da Serra D’Aire e Candeeiros (CASSAC), fica para a história da instituição como um dos mais importantes e dos mais aguardados.
Ninguém consegue precisar a data em que surgiu, oficialmente, o desejo de construção de um edifício sede do CASSAC, a instituição que dá apoio a idosos da União de Freguesias de Arrimal e Mendiga e das Freguesias de São Bento e Serro Ventoso. Uns apontam para 10, outros para 20 anos, mas quer tenha sido logo aquando da sua entrada em funcionamento ou a meio da sua existência, a verdade é que nunca foi um fim em si mesmo mas um meio para atingir algo maior: ter um espaço próprio, dotado de todas as condições, para duas valências tão desejadas quanto necessárias às populações locais, Centro de Dia e lar.
Se os prazos forem cumpridos e não houver uma derrapagem nos custos, ficar muito mais perto do concretizar desse sonho irá demorar 18 meses e obrigar a um investimento de 2,3 milhões de euros, em grande parte suportados por empréstimo bancário. São entidades parceiras a Câmara, as três Juntas e o Crédito Agrícola de Porto de Mós, revelou, no decorrer da assinatura do contrato, Saúl Saraiva, um dos elementos da direção.
Além de terem adquirido o terreno, as Juntas vão contribuir com apoio financeiro «à medida das suas possibilidades». Por sua vez, a Câmara, como sublinhou o seu presidente, «vai, finalmente, poder gastar o dinheiro» que ano após ano tem colocado no orçamento mas que até agora não foi utilizado. São 300 mil euros no total.
O novo edifício terá capacidade para 45 utentes em lar e 38 em Centro de Dia. O Apoio Domiciliário poderá, eventualmente, estender-se a 55 utentes. Estas três valências são a prioridade mas os responsáveis não escondem o desejo de criar também uma Unidade de Dia e de Promoção da Autonomia (UDPA), uma estrutura para «a prestação de cuidados integrados de suporte, de promoção de autonomia e apoio social, em regime ambulatório, a pessoas com diferentes níveis de dependência que não reúnam condições para serem cuidadas no domicílio». Nesse caso o edifício estará preparado para ser dado apoio a 10 utentes.
A cerimónia teve dois momentos distintos. O primeiro aconteceu no próprio terreno onde vai ser erigido o edifício, no lugar da Marinha de Baixo, Serro Ventoso. Quem não conhecia, ficou a conhecer o local e o que está planeado para ali. O segundo momento foi o da assinatura propriamente dita do contrato entre o CASSAC e a empresa que ganhou o concurso público. O ato teve lugar no Centro Pastoral de São Julião, na Mendiga, e foi testemunhado por cerca de três dezenas de convidados.
EM DISCURSO DIRETO…
“Há 10 ou 15 anos que estamos à espera de assinar este papelinho para começarmos a obra. Hoje é o primeiro passo de algo que deixa muito orgulhosos quem cá está e quem por cá passou”
João Paulo Gomes, presidente do CASSAC
“Peço à Segurança Social e à Câmara que intercedam para que se consiga arranjar uma maneira de mitigar algum risco porque senão temos de suportar o financiamento para fazer a obra mas depois é preciso pagar o custo”
Saúl Saraiva, elemento da Direção do CASSAC
“Já por diversas vezes ouvi elogios de responsáveis da Segurança Social, à grande qualidade do nosso projeto”
Neuza Morgado, vice-presidente do CASSAC
“A única coisa que esta obra peca, é por tardia. Estes 18 meses de construção deveriam ter acontecido há 20 anos. É uma necessidade muito grande do povo desta região”
Francisco Baptista, presidente da União de Freguesias de Arrimal e Mendiga
“É um projeto muito importante para as três freguesias e que está há 20 anos para ser iniciado. A assinatura do contrato é como que a colocação da primeira pedra na obra”
Luís Ferraria, presidente da Junta de Freguesia de São Bento
“Espero que agora o projeto dê quatro ou cinco passos em frente. Parabéns pela coragem e faço votos para que a obra não descambe em termos financeiros”
Carlos Cordeiro, presidente da Junta de Freguesia de Serro Ventoso
“Não é muito normal várias freguesias juntarem-se num projeto comum e não são muitas as instituições e as autarquias que aceitam avançar com um projeto desta dimensão sem terem, previamente, garantia de financiamento”
João Paulo Pedrosa, diretor da Segurança Social de Leiria
“A verba para o CASSAC será das transferências que farei com mais gosto. É preciso coragem para avançar sem financiamento mas as instituições servem para servir e o Município cá estará para ajudar quem serve”
Jorge Vala, presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós
“É um dia de emoções. Tivemos muitos passos para a frente e muitos para trás e as pessoas nem sempre percebiam o porquê disso”
Clarisse Louro, presidente da Assembleia Geral do CASSAC
Foto | Isidro Bento