Atividades desenvolvidas mereceram a atenção de dezenas de crianças e jovens
Pelo segundo ano consecutivo, a arqueologia esteve em destaque no Castelo de Porto de Mós com a realização das Jornadas Europeias de Arqueologia que decorreram, ao longo de três dias (16 a 18 de junho), em mais de 46 países da Europa, incluindo Portugal. «Este ano tivemos mais adesão, a mensagem passou mais», considera Jorge Figueiredo, responsável pelo Gabinete de Património Cultural da Câmara Municipal de Porto de Mós.
Por toda a Europa e em todo o país decorreram várias atividades em simultâneo no âmbito das Jornadas Europeias de Arqueologia. Em Porto de Mós, eram dirigidas a um público específico, entre os cinco e os 15 anos, e a verdade é que houve «dezenas» de crianças e jovens a quererem participar. «Os miúdos foram muito recetivos. Eram miúdos que acabaram as aulas agora e os pais acharam que era interessante eles virem experimentar fazer qualquer coisa para não estarem sempre sentados ao computador», refere. Embora noutras atividades já tenham recebido grupos de escolas oriundos de locais mais distantes, como Lisboa, Jorge Figueiredo refere que desta vez o público foi, sobretudo, local.
Esta foi a segunda vez que o Município de Porto de Mós se associou às Jornadas Europeias de Arqueologia, iniciativa que pretende assinalar a efeméride do Dia Internacional da Arqueologia. Durante o dia 16 de junho foram dinamizadas, no Castelo, diversas atividades lúdico-pedagógicas, alusivas à arqueologia e também ao monumento e às suas figuras históricas. Atividades que, esclarece, estão disponíveis em permanência ao longo do ano no Castelo de Porto de Mós para quem se queira inscrever. «O que acontece nestas efemérides é que reforçamos e repescamos as atividades para as crianças e jovens desenvolverem», explica.
As atividades resumiram, no fundo, aquele que é o trabalho da arqueologia: «Fizemos uma simulação de escavação com pequenos recipientes, em que eles tinham que identificar as várias camadas arqueológicas, obviamente que não fizemos isso à escala real porque não havia condições, embora já o tenha feito em Porto de Mós. Além disso, simulámos uma reconstrução de peças em cerâmica, que consiste em colar os cacos para reconstruir as peças», exemplifica. A par deste «trabalho de campo», foi ainda realizado «trabalho de laboratório», através do qual os participantes efetuaram o preenchimento de fichas de materiais para «saberem como é que se regista, qual a camada e que tipo de vestígio foi encontrado». Em todas as atividades, garante, o interesse «foi generalizado». «A atividade em si já compreendia estas várias fases do trabalho arqueológico, para satisfação dos miúdos, até porque há alguns que são de pessoas que conheço e que me deram um feedback muito positivo», afirma.
Para Jorge Figueiredo, o sucesso desta edição das Jornadas Europeias de Arqueologia «não é um fenómeno isolado», deve-se sim «à persistência na continuidade das atividades» realizadas ao longo do ano pelo serviço educativo e também ao esforço da equipa que o compõe: «Desde que criámos o serviço educativo, há quatro anos, que fomos desenvolvendo atividades para efemérides e não só. O que acontece é que à força de divulgarmos vamos tendo o passa-palavra que vai fazendo o seu efeito. E, de ano para ano, temos tido uma participação crescente de jovens», conclui.
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