No ano passado, o Castelo de Porto de Mós recebeu 26 806 visitantes, o que representa um aumento de 13% face ao ano anterior (23 473) e de 69,3% quando comparado com o de 2017 (15 832), o último em que o ex-líbris concelhio funcionou sem qualquer tipo de constrangimento. Trata-se do maior número de entradas desde que o registo começou a ser feito.
De acordo com dados revelados na última reunião de Câmara pública pelo vice-presidente e vereador da Cultura, Eduardo Amaral, nos últimos seis anos apenas o de 2018 foi de perda significativa (8 016), resultados a que não será alheio o facto de o monumento ter estado encerrado para obras durante nove meses. No ano seguinte, apesar de ter aberto portas apenas a partir de abril, o número disparou para 20 799. Com a chegada da pandemia desceu para 19 867 em 2020, voltando a subir em 2021 com 23 473 visitantes.
Olhando para estes dados, Eduardo Amaral diz tratar-se de «um salto muito grande mesmo em comparação com 2021», em que houve o registo de menos 3 333 entradas. Além de realçar que nos anos de pandemia o número de visitantes atingiu níveis assinaláveis, o responsável autárquico revela que em 2022 a quantidade de eventos realizados no Castelo «aumentou e muito» e com estes, o de participantes, tendo também aí sido batido o recorde. Outro pormenor destacado é que houve entre 1 400 e 1 500 pessoas do concelho a participar, o que o deixa bastante satisfeito. Em termos absolutos foram registadas 1 356 entradas em eventos públicos e particulares, o que representa cerca de 5% do número total de entradas.
Sem surpresas, o mês de agosto foi aquele em que o monumento recebeu mais visitantes (5 522), mesmo assim a diferença relativamente a julho e a setembro do mesmo ano, não deixa de impressionar: em julho houve 2 355 visitas e em setembro, 2 381, portanto, menos de metade que no mês recorde. Segundo o autarca, muitos dos visitantes são crianças que participam ao longo do ano nas atividades que integram o projeto educativo do Castelo. Com as escolas de férias, agosto é, claramente, o mês dos turistas.
Por nacionalidades, Portugal domina destacado: 80% dos visitantes são nacionais (20 428). Segue-se o Brasil, 6%, e Espanha e França com 4%. Dos visitantes, 93% são oriundos da Europa, 6% da América do Norte e 1% da América do Sul.
Com a entrada de mais gente, aumentaram, naturalmente, as receitas de bilheteira. Assim, enquanto que em 2017 as entradas pagas corresponderam a 17 558 euros, em 2022, foram de 29 212 euros. Em 2022, houve o registo de 22 249 entradas de público geral e 1 224 de público escolar. A título de curiosidade refira-se que nesse ano a Câmara isentou do pagamento de bilhete a 2006 pessoas para poderem participar em eventos, comemorações de efemérides e na sequência de parcerias com associações e outras entidades.
As vendas em loja também têm vindo a subir passando de 3 425 para 6 470 euros. Relativamente a 2021, houve um aumento da receita global de 17,6%. Somando o valor das entradas com o da venda em loja chega-se a 35 682 euros, «o que dá quase para pagar o salário dos funcionários que contratámos», sublinha Eduardo Amaral. «Por vezes é fundamental investir em recursos humanos, pois é também por aí que se consegue gerar receita. Vimos isso através do projeto educativo implementado, mas também no próprio castelo», frisa o vereador da Cultura, acrescentando que «o Castelo, mais do que a palavra Porto de Mós, é o único que nos pode identificar a todos. É uma referência para todos nós e deve ser, por isso, a nossa grande aposta», diz.
Depois do Município, nas últimas obras ali realizadas, ter procurado tornar aquele monumento nacional acessível a pessoas com diversos tipos de deficiência, Eduardo Amaral anunciou na reunião de Câmara que o esforço em o tornar inclusivo vai passar por, a par dos «audioguias em português, inglês e francês, haver também a visita acompanhada em língua gestual».
Voltando a olhar para os dados estatísticos apresentados pelo vereador e pelos que constam do Relatório de atividades no âmbito do património cultural 2022, constatamos que a maior fatia das 2 305 visitas de grupo vai para as escolas (54%), seguindo-se as associações (27%), os operadores turísticos (10%) e os grupos organizados (9%). Face a 2021, houve um aumento global de 26%.
Foto | Jéssica Moás de Sá