Depois de longos meses encerrado para obras, o castelo de Porto de Mós reabriu portas no passado dia 6 de abril e fê-lo, literalmente, para todos. A partir de agora o monumento é acessível, em 80% da sua área, a visitantes com mobilidade condicionada. De acordo com Domingos Santos Silva, o arquiteto responsável pela obra, «foi feito um trabalho pioneiro de que o Município e todos os portomosenses se podem orgulhar, que é um dos primeiros exemplos de projeto de inclusão num monumento nacional».
«Neste momento, Porto de Mós pode dizer que tem um monumento acessível de acordo com todas as diretrizes comunitárias e do Governo. Qualquer pessoa com mobilidade reduzida pode chegar ao estacionamento, sair do carro, meter-se numa plataforma, ter um percurso acessível, entrar e continuar por uma espécie de passadeira que vai dar acesso a todas as salas de exposição e ao interior deste piso. Por outro lado, foi colocada uma plataforma elevatória noutro pátio, na parte de trás, que permite à pessoa com mobilidade reduzida subir a todos os terraços de cima e em primeira instância ao acesso às torres. Numa segunda fase há a possibilidade de chegar ainda mais acima, isto tudo sem comprometer as características deste monumento», explicou o técnico. Além dos cidadãos com mobilidade reduzida houve também uma preocupação reforçada com os visitantes invisuais e esse duplo esforço no sentido da total inclusão será para continuar no futuro.
A intervenção no sentido de melhorar as acessibilidades do castelo e o tornar mais inclusivo é aquilo que mais salta à vista mas no decorrer das obras muito trabalho foi feito, nomeadamente, de limpeza e consolidação do espaço, renovação do sistema elétrico, melhoria da eficiência energética e reparação de infiltrações. As obras tiveram um investimento de cerca de 250 mil euros, contando com o financiamento do programa comunitário Portugal 2020. Foi, ainda, feita uma candidatura no âmbito do programa Turismo Acessivel, do Turismo de Portugal.
A cerimónia de reabertura oficial do castelo e a apresentação das obras de requalificação, acessibilidades e inclusão começou com a celebração de missa solene na Igreja de São João, evocativa do 10.º aniversário da canonização de São Nuno de Santa Maria e veneração das suas relíquias, animada pelo coro da Imaculada Conceição, de Almeirim, e com guarda de honra ao altar, de elementos da Real Confraria do Santo Condestável e Real Associação. Presente também esteve D. Duarte Pio de Bragança.
Já no castelo foi inaugurada a exposição temporária Armamento da Batalha Real de Aljubarrota, e feita a abertura oficial da Sala D. Afonso, IV Conde de Ourém e apresentada a exposição permanente D. Afonso, IV Conde de Ourém, vulto ilustre da história de Porto de Mós, a cargo das fundações D. Manuel II e Histórico-Cultural Oureana. O ponto alto foi a sessão solene de reabertura do monumento nacional, na qual intervieram vários oradores, a que se seguiu a assinatura de um protocolo de cooperação entre o Município e as duas fundações ali representadas.