Pela quarta vez, o Município de Porto de Mós voltou a distinguir o tecido empresarial do concelho através da entrega dos Prémios Dom Fuas, uma iniciativa que tem como objetivo «estimular e reconhecer iniciativas empreendedoras e inovadoras que têm contribuído para a elevação do concelho e do país». Nesta edição, dedicada ao reconhecimento empresarial, foram distinguidas 40 PME Líder, estando ainda por apurar as que se destacaram com o selo de PME Excelência, e as 10 maiores exportadoras. «O dinamismo do nosso tecido empresarial é diverso, estruturado e nele depositamos a confiança num futuro promissor erigido com ousadia e permanente inovação», afirmou o presidente da Câmara, Jorge Vala. À semelhança dos anos anteriores foi também entregue o Prémio Carreira e o Prémio Responsabilidade Social.
A cerimónia dos Prémios Dom Fuas realizou-se no passado dia 25 de junho, no espaço recentemente renovado da Central das Artes, a antiga Central Termoelétrica, um local repleto de história e «pleno de significado» onde outrora muitos trabalharam para fazer chegar eletricidade a vários pontos do concelho, através de carvão vindo das minas da Bezerra. O presidente da Câmara considerou que, por isso, este espaço era merecedor de receber um evento que visa homenagear precisamente o esforço das empresas. «Que homenagem maior poderíamos fazer aos homens desse tempo ido senão receber, naquela que foi a sua casa, outros de igual valor, obreiros do presente? Este ano, os Prémios Dom Fuas só poderiam acontecer neste lugar», justificou o autarca.
Para o presidente da Câmara, é sempre com «enorme sentido de realização» que, a cada ano, «revisita» o concelho através destes prémios, «descobrindo novos talentos, sentindo o pulsar da vida social e a resiliência» do tecido empresarial. Uma resiliência que, tendo em conta a atual conjuntura, o autarca espera que os empresários não percam e a quem pede que «não baixem os braços». «Devemos encorajar aqueles que são o fiel da balança e que pelo seu esforço, capacidade criativa e empreendedora são assumidamente os pilares do seu tempo», considera.
Futuro passa pela inovação
O presidente do Instituto Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, foi uma das pessoas que esteve na cerimónia e defendeu aquela que acredita ser a única forma de haver uma sociedade «mais justa e coesa»: «Só o conseguimos com empresas mais fortes, mais competitivas, mais dinâmicas, suportadas no conhecimento». «É evidente que para isso acontecer, a região e o país precisam de apostar no conhecimento, na empregabilidade qualificada e na inovação», acrescentou.
Numa curta intervenção sobre a iniciativa, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro, Isabel Damasceno, optou por felicitar os empresários presentes na cerimónia que, no seu entender, têm não só «construído o empreendedorismo» em Porto de Mós como «o têm transformado num concelho de referência» a este nível na região. Por sua vez, o presidente do COMPETE 2020, Nuno Mangas, destacou o número de empresas PME Líder que considera «muito significativo para um concelho como o de Porto de Mós» e, no fim, dirigiu-se diretamente aos empresários, a quem deixou um apelo: «Não deixem de continuar a investir, de ter projetos inovadores, arrojados, baseados em mais conhecimento e mais valor, porque se os tiverem, seguramente que teremos condições para os apoiar no futuro», sublinhou.
Uma das presenças mais notadas foi a da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. «Cerimónias como esta são o reconhecimento do mérito do vosso trabalho e um claro estímulo mas, acima de tudo, são o exemplo e uma inspiração para outros», disse, falando diretamente para os responsáveis das empresas. «Que este reconhecimento possa servir para que sintam que valeu a pena o vosso esforço mas que sirva especialmente para vos motivar para projetos de futuro», desejou. A governante defendeu que são precisamente os exemplos de sucesso que devem ser seguidos e replicados: «Queremos que a vossa audácia e coragem, que tanto colocam nos investimentos que fazem, nos riscos que correm em projetos inovadores, sejam contagiosos para aqueles que vos rodeiam e que levem outros a fazer o mesmo», concluiu.
Ur’Gente dedica prémio a Ana Margarida Amado
O Prémio Carreira foi atribuído a Luís Amado, filho da terra e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, que horas antes tinha visto ser inaugurada uma exposição de escultura da sua autoria, precisamente na Central das Artes. «Não quero acabar a carreira com este prémio, aliás eu comecei outra carreira hoje», disse, em alusão aos seus trabalhos. Apesar de já reformado, Luís Amado realçou a importância de continuar a acordar «com vontade de trabalhar». «Ter a possibilidade de desenvolver alguns talentos, que a natureza ou Deus nos deu, é um privilegio enorme», considerou. O portomosense sugeriu ainda a arte como um antídoto para enfrentar os «tempos difíceis»: «Temos que ter a coragem de celebrar a vida e nada como a arte para o fazer», concluiu.
Já o Prémio Responsabilidade Social foi entregue à Ur’Gente que o dedicou à presidente e fundadora da associação, Ana Margarida Amado, falecida no início deste ano, «pela forma como se dedicou a esta causa». «A Ur’Gente continuará a ser a voz pela melhoria da qualidade dos serviços de saúde no nosso concelho», garantiu Susana Reis, membro da associação.