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Cerimónias fúnebres estão a pouco e pouco a voltar à normalidade

5 Novembro 2021
Isidro Bento

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Isidro Bento

5 Nov, 2021

O concelho de Porto de Mós conta com algumas igrejas cristãs ou de inspiração cristã, no entanto, entre estas, a Igreja Católica é, sem dúvida, aquela que congrega a larga maioria dos crentes. Conscientes disso e num especial dedicado ao “último adeus” fomos tentar saber junto de três padres que, no conjunto, são responsáveis por cinco paróquias, como é que, durante este longo tempo de pandemia têm decorrido as cerimónias fúnebres e o que já mudou agora que as regras de saúde pública relativas à COVID-19 são menos apertadas.

Em Porto de Mós e nos restantes lugares da paróquia onde existe cemitério inicialmente havia a Celebração da Palavra e uma oração de despedida junto à cova do defunto, tudo com as cautelas necessárias em termos de saúde pública. As pessoas espalhavam-se com as devidas distâncias pelo cemitério e era feita a oração final. «Foi assim durante toda a pandemia e em todos os cemitérios. Não havia qualquer celebração nas igrejas nem a procissão até ao cemitério», explica o padre José Alves. Entretanto, adianta o pároco, desde o dia 1 de outubro «entrámos numa fase que já nos permite celebrar a Eucaristia e fazer a procissão até ao cemitério. Portanto, neste momento, já temos a possibilidade de fazer tudo como era normal aqui na nossa paróquia, nomeadamente, missa de corpo presente, depois oração durante o cortejo fúnebre da igreja para o cemitério e depois lá as orações finais».

Nas paróquias de Serro Ventoso, Mendiga e Arrimal, a cargo do padre Leonel Baptista, o cenário é também idêntico. «Na fase mais crítica tínhamos só as celebrações nos cemitérios, neste caso a Celebração da Palavra e, naturalmente, procurava-se manter as distâncias devidas e, tal como hoje, o uso da máscara era obrigatório. Agora já podemos celebrar nas igrejas e há também a possibilidade de fazermos procissões da igreja ao cemitério, no entanto, a decisão é de cada padre, uns acham que já há condições para isso, outros, para já, estão a adiar», explica o responsável pelas três paróquias, sublinhando que o ritual relativo aos funerais já é muito semelhante ao que era norma, por ali, antes da pandemia.

De acordo com o padre Leonel Baptista ao nível da Vigararia de Porto de Mós há a preocupação de ter práticas idênticas nas diversas paróquias, no entanto, cada padre pode fazer as alterações que entender necessárias tendo em conta a especificidade de cada terra e dos espaços (físicos) em causa. «Nem todos passamos pela mesma realidade comunitária e logística e daí ser normal as cerimónias fúnebres terem também pequenas diferenças» diz o pároco, realçando contudo que o ritual é o mesmo, a Igreja é a mesma, logo o que muda são coisas que, no conjunto, correspondem a pormenores.

O cenário na Calvaria de Cima, já na Vigararia da Batalha, não é, contudo, muito diferente. «Quando ainda não tínhamos as celebrações nas igrejas, tínhamos a celebração da palavra nos cemitérios. Depois quando passou a ser possível fazer celebrações na igreja nós começámos a fazer mas como havia a questão da lotação do espaço fazíamos só com a família chegada e depois, então, o momento final no cemitério. Agora a grande novidade é que podemos acolher mais gente na igreja», recorda o padre.

A Calvaria de Cima terá sido, então, uma das primeiras paróquias do concelho de Porto de Mós a ter missa de corpo presente, como era hábito, embora restrita à família do defunto. Atualmente o pároco local deixa ao critério das famílias: tanto pode celebrar na igreja como haver, apenas, a celebração da palavra, no cemitério. «Por norma, fazemos as celebrações habituais na igreja, evitamos apenas as procissões para não haver aglomerações. No cemitério as pessoas já estão habituadas a manter o afastamento e por isso o momento final ocorre nos moldes habituais. No fundo, retomámos mais ou menos ao que que era habitual neste tipo de cerimónia», afirma.

(Este artigo faz parte do Suplemento Requiem da edição 956 d’O Portomosense)

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