A última reunião de Câmara descentralizada foi pródiga em apelos mais ou menos dramáticos por parte da população do Alqueidão da Serra relativamente a problemas que a afetam e para os quais reclamam a rápida e total atenção por parte do executivo camarário. Um deles diz respeito a uma situação que já conta com mais de um ano e que está a deixar os moradores muito preocupados.
Tal como já tinha explicado o presidente da Junta de Freguesia, Filipe Batista, na última sessão da Assembleia Municipal de Porto de Mós, entre a Rua de São José e a Rua dos Fornecos, no Alqueidão da Serra, algo de estranho se passa com os esgotos. As pessoas queixam-se de gases intensos que causam náuseas e o problema, para o qual foi dado o alerta no início do ano passado, continua sem solução tendo o autarca dito que ainda há poucos dias recebeu «uma comitiva de moradores completamente exaustos» com isto e que falaram de «uma criança que se sentiu indisposta», dizendo que «iam fazer queixa à saúde pública».
Mais do que exaustos, alguns moradores parecem estar quase em pânico. Pelo menos é isso que se depreende do testemunho deixado por Olga Santos, uma das moradoras do Alqueidão da Serra que participaram de forma ativa na última reunião de Câmara descentralizada.
«Há pessoas que têm medo de adormecer e que os filhos não acordem vivos com o cheiro a gás dentro de casa. É uma situação em que nos deitamos mas não sabemos se voltamos a acordar», disse a munícipe apelando a uma rápida intervenção por parte da Câmara para que o problema seja resolvido de vez e as pessoas não vivam no atual sobressalto.
Confrontado com esta situação, o presidente da Câmara, Jorge Vala, explicou que na altura, em 2022, quando foram alertados atuaram de imediato pensando que teria ficado resolvido e que seria uma situação pontual. Uma vez que, afinal, ainda persiste, considera que «tem de haver uma solução urgente». «A empresa que temos contratada veio cá com a nossa engenheira do ambiente e estiveram com o senhor presidente da Junta e vamos ter que encontrar uma solução na zona da Caixa Agrícola. Eu não conheço o projeto mas certamente tem algum problema que não temos identificado», vincou.
Foto | Isidro Bento