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Ciclistas fazem mais de 400 quilómetros até ao Algarve

16 Junho 2021
Jéssica Silva

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Jéssica Silva

16 Jun, 2021

Há poucos dias, testemunhámos mais uma participação exemplar do ciclista João Almeida, na Volta à Itália, ao conquistar o sexto lugar naquela que é vista como a prova, por etapas, mais importante do mundo. Por cá, há também quem realize feitos bem menos mediáticos mas que mesmo assim são merecedores de serem conhecidos do público em geral, como é o caso do grupo de ciclistas do Alqueidão da Serra, Por aqui, por ali, que no passado dia 3 de junho fez mais de 400 quilómetros em bicicleta.

Na véspera do feriado, ainda de madrugada, os seis ciclistas saíram da freguesia do Alqueidão da Serra unidos pelo objetivo comum de chegar a Armação de Pêra com duas barragens «conquistadas», a Barragem do Monte da Rocha, em Ourique, e a Barragem de Santa Clara, em Odemira. Catorze horas e meia depois, Bruno Sousa, Cristovão Venâncio, Hermínio Marto, Hugo Dias, Mickael Matos e Rui Batista chegaram finalmente ao destino, um momento que ficou marcado por uma grande emoção, tendo a conta a dificuldade que o desafio exigia. «Abraçámo-nos e nalguns até se notava uma lagrimazita no canto do olho», conta Hermínio Marto.

Para trás, ficaram 408 quilómetros de uma viagem «bastante dura» mas que, acredita, só foi possível concretizar graças à união do grupo. «Foi bastante difícil, mas a grande vantagem deste desafio foi o espírito de equipa de todos os envolvidos. Levávamos pessoas minimamente competentes, com grande conhecimento de provas de ciclismo, e que nos ajudaram muito a gerir o esforço», realça. Em Armação de Pêra o grupo de aventureiros tinha uma carrinha do CCR Alqueidão da Serra à espera, que, com a ajuda de Tiago Laranjeiro Carvalho e José Martinho Silva, os levou de volta à freguesia.

Durante o percurso, Hermínio Marto reconhece que existiram alturas «mais complicadas» em que a «fome, a sede e o cansaço» despoletavam a vontade de desistir, mas há um momento em particular, que dada a exigência, dificilmente lhe sairá da memória. «Já no Algarve, tivemos uma serra de 22 quilómetros, que foi um desafio brutal. Se não fossemos uns com os outros, a maior parte tinha desistido», assegura. O ciclista considera que este foi um desafio «bastante gratificante e interessante» mas admite que é difícil expressar as sensações que tiveram por serem «uma mistura de muita coisa».

A ideia de criar um «programa de conquista das barragens de Portugal a partir do Alqueidão da Serra» surgiu na mente de Hermínio Marto, mas rapidamente foi desenvolvida pelo grupo. «Isto é um projeto de longo curso, a que as próximas gerações poderão dar continuidade», explica o ciclista de 44 anos, o mais velho dos seis atletas. Apesar de o grupo, com este nome, existir apenas «há três meses», a verdade é que já conta no seu passaporte com o selo de outras duas barragens «conquistadas»: a Barragem de Montargil e a Barragem de Castelo de Bode. Ainda a recuperar da recente aventura que os levou até ao sul de Portugal, tudo indica que a próxima viagem do grupo seja até à barragem «mais a norte de Portugal», embora ainda sem data definida.

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