A Região de Leiria tem várias prioridades em cima da mesa para o novo Governo, da Saúde ao Ambiente, passando pela Mobilidade, com destaque para a isenção de portagens na A19. Os eixos prioritários foram apresentados pela Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) junto de algumas forças políticas que estiveram a concorrer nas passadas legislativas.
De acordo com o anunciado na última reunião pública do executivo pelo presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Jorge Vala, vice-presidente da CIMRL, a Saúde é um dos principais temas, sobretudo com o que está relacionado à «atratividade para os profissionais de saúde, mas também a estabilização do modelo de saúde através do reforço da Unidade Local de Saúde (ULS) de Leiria». A CIMRL quer um maior compromisso «com a ampliação do Hospital de Santo André, Leiria», que diz ter «a capacidade esgotada», principalmente agora que recebe também os utentes de Ourém, fruto da integração na ULS.
Segue-se a Mobilidade, com a esperança da CIMRL que a primeira fase da Alta Velocidade (ferroviária) possa vir «eventualmente até Pombal e ligar à via do Norte».
Jorge Vala reconhece contudo que «isso não será possível» e nesta fase o projeto vai mesmo parar em Soure. «Aquilo que estamos a pedir neste momento é que seja antecipada na segunda fase a chegada a Leiria», explicou o autarca.
Quer-se também «a conclusão das acessibilidades». «Continuamos a ter um IC8 que é um perigo, sem ter em vista um plano de investimentos sério; temos uma velha ambição dos municípios a sul, que é a ligação do IC9 à A1 em Fátima».
Segundo Jorge Vala, o projeto já existe, embora não tenha sido possível mapeá-lo no Plano de Recuperação e Resiliência. A CIMRL quer «também a requalificação do nó de Leiria da EN1/IC2», um hub logístico em Pombal, com ligação ao Porto e terminal ferroviário da Figueira da Foz, e a isenção de portagens da A19.
«Nasceu para ser a salvaguarda do Mosteiro da Batalha, aliás, houve expropriações que tiveram por base a criação de uma variante à Batalha e aquilo que aconteceu foi, depois, ela ter sido portajada. O Mosteiro continua a degradar-se e nós achamos que é importante que o tráfego, sobretudo o pesado, possa ser desviado pela A19 sem as referidas portagens, até porque no Plano Rodoviário Nacional a A19 é considerada alternativa à EN1», acredita.
Já na Transição Ambiental e no Ambiente, pretende-se «sobretudo a continuidade de investimento que está a ser feito no hidrogénio», e a criação do Museu da Floresta, na Marinha Grande, há muito prometido. Para Jorge Vala, «é tempo da Região de Leiria ser olhada pela dimensão da dinâmica económica que tem. Leiria tem vivido muito da capacidade e das dinâmicas locais e o Estado não tem feito [nada] em consonância com a dinâmica deste território, e achamos que é tempo destes investimentos», conclui.