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Clube Ciência Viva nasce na Escola Secundária de Mira de Aire

31 Outubro 2022
Jéssica Silva

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Jéssica Silva

31 Out, 2022

A Escola Secundária de Mira de Aire viu, recentemente, ser aprovada a sua candidatura ao Clube Ciência Viva na Escola, o que se traduz numa verba de 10 mil euros que será aplicada na criação de um Laboratório Vivo do Polje de Mira-Minde, um projeto que, no espaço de quatro anos, poderá chegar a milhares de alunos. Hélder Marto, um dos professores responsáveis pelo Clube, explica que a ideia de começar este projeto surgiu depois de terem tentado procurar informação sobre o Polje, local que desde 2005 tem o estatuto de proteção internacional para Zonas Húmidas (Convenção de Ramsar), e de terem chegado à conclusão que a informação era praticamente inexistente. A escassez de informação aliada ao desconhecimento da população em geral, sobre aquela que considera ser a «joia da coroa» de Mira de Aire e Minde, acabou por ditar o passo seguinte: «Surgiu a hipótese de colocarmos os nossos alunos a fazer investigação com cariz científico do Polje», explica.

A este projeto foram-se juntando vários parceiros e hoje já são mais de uma dezena – um número que ainda poderá vir a aumentar –, entre entidades locais e nacionais, que «contribuíram e muito» para a aprovação da candidatura ao Ciência Viva, o mais recente parceiro. Após uma reunião conjunta para tentar perceber qual seria o papel de cada um, decidiu-se que a melhor solução passava pela construção de um laboratório avançado na Escola Secundária de Mira de Aire. «Do ponto de vista de proximidade ao Polje, estamos do outro lado da estrada, mas há também a possibilidade de as universidades virem cá e colaborarem com os nossos alunos na investigação», afirma Hélder Marto. «Pôr os nossos alunos a aprender investigando: É esta a lógica que está por detrás de todo o processo», esclarece.

A aprovação da candidatura ao Centro de Ciência Viva na Escola permite que o projeto possa agora conhecer outro rumo, nomeadamente com a compra de equipamento, essencial à investigação, e irá permitir que os alunos tenham acesso a outras ferramentas, «mais avançadas». «O equipamento de laboratório é caro e podemos chegar mais depressa aos nossos objetivos. Claro que não nos permite chegar a todos, mas já nos vem ajudar», sublinha o professor. A verba será aplicada no «arranque do processo», mas o objetivo é conseguir obter «outras fontes de financiamento»: «Um laboratório não se faz só com 10 mil euros», justifica.

Até 2025, espera-se «um percurso longo de investigação», diz o professor. É nesse ano que se assinalam 20 anos desde que o Polje é protegido pela Convenção de Ramsar e o ano em que se espera haver mais informação sobre o Polje, como por exemplo quais são os seres vivos que aí existem, onde é que os podemos encontrar e quais os estatutos de proteção. Nessa altura, o objetivo é que a informação esteja disponível «para toda a gente», em suporte informático e que a ida ao Polje «não seja apenas uma visita estética mas também de conhecimento».

Neste projeto pretende-se chegar aos alunos dos 1.º e 2.º Ciclos e também aos do 9.º ano, que irão «transmitir os procedimentos aos colegas mais novos», para que quando estes forem embora haja outros que possam «prosseguir» com o trabalho até aí desenvolvido. Por isso, garante, o projeto não vai acabar em 2025. «Já se está a trabalhar e já se estão a constituir as equipas», revela o professor, acrescentando que, neste momento, estão diretamente envolvidos 15 alunos. No futuro, depois de terem toda a informação reunida, o projeto estender-se-á «a todos os alunos do concelho e a todas as pessoas que queiram visitar o Polje».

Foto | Isidro Bento

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