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Comandante contabiliza em 225 mil euros necessidades mais urgentes

28 Março 2019
Isidro Bento

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Isidro Bento

28 Mar, 2019

«Esta obra é o resultado do empenho de muitos intervenientes que se uniram em redor de um projeto aglutinador, independentemente das divergências que possam existir noutras matérias. Parece-nos uma aposta ganha e um exemplo a seguir noutras áreas», disse o presidente dos Bombeiros de Porto de Mós na inauguração das obras de requalificação e ampliação do quartel da associação humanitária local.

António José Ferreira recordou «um investimento superior a 580 mil, entre obras e equipamento necessário à reforma global do edifício», com vista a dar-lhe «mais operacionalidade, melhorando as condições ao dispor dos bombeiros», afirmando que tal só foi possível pelo «envolvimento de muitas pessoas individuais e entidades, desde o projetista, aos vários mecenas, ao programa comunitário POSEUR, à Câmara [tanto o anterior executivo como o atual] que disponibilizou diverso apoio técnico e financeiro, e aos bombeiros e ao comando que foram incansáveis no que ao acompanhamento da obra diz respeito».

O dirigente associativo lembrou, contudo, que as necessidades da instituição não se esgotam nesta intervenção, pelo que continua a «necessitar de apoios permanentes quer em termos de veículos, equipamentos de combate e emergência, quer em equipamentos de proteção individual».

Depois de recordar um pouco da história da associação, que tal como referiu o presidente da Assembleia Geral, José Ferreira, em breves palavras de boas-vindas, «andou muitos anos com a casa às costas», Elísio Pereira, o comandante do corpo de bombeiros disse que «o quartel que no passado era enorme, começou a ficar mais limitado, principalmente ao nível de parqueamento de viaturas» e por isso era urgente responder a essa situação mas o sonho de um quartel novo teve de ser adiado porque «capitais próprios para a construção não existiam, critérios para o financiamento por parte do Estado não se verificavam», restando, então, à associação candidatar-se a obras de reformulação, o que foi feito com sucesso.
Perante as dificuldades em conviver diariamente «com pó, cimento e ruído», Elísio Pereira considerou que os seus bombeiros «foram enormes, compreensivos e aguentaram cerca de 18 meses esta vivência», agradecendo-lhes por isso. O agradecimento foi extensivo à direção porque «esteve e está sempre disponível e sensível para as necessidades do corpo de bombeiros».
Aproveitando a oportunidade elencou as principais necessidades: «Necessitamos de 20 mil euros para aquisição de grupo energético, reformulação das ferramentas e alteração da disposição das mesmas na viatura de salvamento e desencarceramento; de 6 500 euros para aquisição e montagem de moto-bomba de alto débito no veículo tanque de grande capacidade; de 50 mil euros para aquisição de uma ambulância de socorro e necessitamos de um novo veículo florestal, ou seja, mais 150 mil euros”, elencou.

«Senhor presidente [da Câmara], num minuto peço-lhe mais de 225 mil euros. Sei que não consegue mas com a ajuda do vasto tecido empresarial de Porto de Mós, assim como de particulares, isso é possível», frisou.

Então e o Estado não apoia? «Sim, apoia», responde, mas «de uma forma tão discreta e com critérios que nem sempre são respeitados». «O último apoio que tivemos para aquisição de viaturas foi em 2012, e antes em 1996, aquando do fatídico acidente que vitimou o nosso amigo, o saudoso “Piricanha”», disse.
Por último, o comandante agradeceu ao executivo municipal «pela sensibilidade que está a demonstrar pelos bombeiros do concelho», recordando que este «aumentou o valor do subsídio anual, adquiriu um compressor para enchimento de garrafas de aparelhos respiratórios e disponibilizou uma verba de cerca de 10 mil euros para cada um dos três». No entanto, deixou também o alerta: «Igualdade é uma coisa e equidade é outra», acrescentando que «os bombeiros de Porto de Mós prestaram 60% do socorro neste concelho».

Bombeiros do concelho vão ter mais apoios

Outro dos oradores, foi o presidente da Câmara, Jorge Vala, que disse ser para si «motivo de orgulho» participar nesta cerimónia, enaltecendo o «muito valoroso trabalho que foi desenvolvido na requalificação deste quartel, do qual resulta uma melhoria significativa das condições sobretudo para os bombeiros mas também para os órgãos sociais desta associação».
«Estou certo que a operacionalidade do corpo de bombeiros sai reforçada e que a sua motivação para entrega ao voluntariado será o reconhecimento pela inegável preocupação em proporcionar-lhes as melhores condições», afirmou o responsável autárquico.
Jorge Vala felicitou a direção pelo seu «dinamismo mas também pela coragem para este avultado investimento conferindo a estas mulheres e homens novas e melhores condições, quer de vivência, quer de operacionalidade» e explicou que «foi com essa preocupação que o Município se disponibilizou para garantir parte da contrapartida nacional da candidatura apresentada ao POSEUR».
O autarca falou pormenorizadamente da atual política municipal em termos de proteção civil, enumerando todos os apoios que o Município disponibiliza não só aos bombeiros mas aos restantes agentes de proteção civil, uns que vinham do passado e, de uma forma geral foram reforçados, e outros criados de raiz. Vala anunciou ainda para este ano um conjunto de apoios complementares no âmbito do Regulamento Municipal de Atribuição de Benefícios Sociais aos Bombeiros Voluntários do Concelho de Porto de Mós, a aprovar.
Na sessão intervieram, ainda, o Diretor Nacional de Bombeiros, Pedro Lopes, o 2.º Comandante Distrital, Mário Cerol, o vogal da comissão diretiva do POSEUR, José Marques Guedes, o representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, Adelino Gomes, e o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria, Almeida Lopes, que felicitaram os bombeiros pela obra inaugurada, afirmando, de forma unânime, que contribui para o aumento da operacionalidade e a melhoria das condições proporcionadas aos “soldados da paz”.

ISIDRO BENTO | texto e fotos

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